Capítulo 20

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Capítulo 20: O meu caminho 

"Os laços que nos unem às vezes são impossíveis de explicar. Eles nos conectam até mesmo depois de parecer que os laços foram rompidos. Alguns laços desafiam a distância, o tempo, e a lógica. Porque alguns laços simplesmente devem existir."

- Grey's Anatomy

Após o check-in no hotel Lindsay passou um tempo de qualidade brincando com a filha, ela estava evitando pensar no caos que estava sua vida. Ela conseguiu se distrair um pouco. Pediu um almoço apenas para filha, pois estava sem fome. 

O dia se passou assim tentando se distrair. Ela conversou com Marshall que disse que ela precisaria ficar o informando sobre os acontecimentos. Ela já faltou muito ao trabalho e por mais gentil que Marshall fosse, ele respondia a autoridades acima dele, Erin não podia faltar assim no trabalho deixando seu braço direito assumir sempre que ela quisesse. Marshall avisou que conseguiria mais uns dias para ela por ser caso familiar e que ele não deixaria ela perder o emprego. 

Erin era muito grata por tudo o que ele sempre fez por ela e sabia que por mais que tentasse, seria impossível recompensá-lo, mas ele sempre dizia que não era necessário. 

Ela também conversou com os amigos, ela atualizou melhor Nick e Tess sobre tudo o que estava acontecendo e disse que estava com medo de perder Hank. Eles a tranquilizaram, como todos disseram que ele era forte e que aguentaria mais essa. Se ofereceram para voar, mesmo sabendo que eles não poderiam, mas ela era grata por eles se oferecerem. 

- Se vocês viessem nós três perderíamos o emprego. - Ela diz olhando para a câmera. 

- E daí? Temos Charlotte, ela ainda é fofa, podemos usar ela como modelo, morar num flat e dormimos agarradinhos com nossa ursinha que nos bancaria. - Nick brinca e consegue arrancar um sorriso de Erin. 

- Bom, enquanto não fazemos isso, temos que ir. Grite se precisar de nós. - Tess diz e manda um beijo para Erin. 

- Eu vou. Obrigado, pessoal. Eu amo vocês. - Erin manda outro beijo, Charlie faz o mesmo antes de eles também falarem que amam as duas e a ligação se encerra. 

O horário da janta de Charlotte chega, Erin novamente pede comida apenas para a filha, ela come um pouco da comida de sua filha, mas realmente estava sem vontade nenhuma de comer. Após jantar ela dá um banho na menina e logo elas se deitam, com algumas histórias e músicas de ninar, a garotinha adormece. 

Erin sai lenta e silenciosamente da cama e vai para a bancada do hotel. Ela estava exausta, mas não conseguindo dormir. Seus pensamentos estavam na imagem de Hank Voight naquele quarto de hospital, fedorento com todos aqueles remédios, frio com todos aqueles aparelhos, morto, triste, não parecendo um lugar do qual as pessoas sobreviviam. Ela estava triste, ela lembra de todas as vezes que Hank a ajudou, da vez que ganhou o cartão. 

Erin puxa sua bolsa tirando a carteira de dentro dela e logo depois puxa um cartão. Era o cartão que Voight deu a ela. 23 anos, o cartão tinha 23 anos, ela estava mais tempo com o cartão agora do que quando era sozinha. Ela era só uma menina e Hank foi o único homem naquela época que ao invés de pagar alguns trocados para abusar daquela adolescente, a acolheu. Ela era tão grata por Hank, por Camille e por Justin. 

As lágrimas começam a rolar pelo seu rosto. Eles estavam mortos. Hank estava entre a vida e a morte, tudo o que ela conhecia como família, o que foi apresentado a ela com muito amor, carinho, risadas e aprendizado estava por um fio de se tornar apenas lembranças. Memórias que ficariam guardadas na mente dela para sempre, mas ela não queria que fosse assim, Hank tinha que lutar, voltar para ela, voltar para casa. 

Linstead - Prometemos sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora