NASCIDA PARA MORRER "e na queda dos mundos, lutaremos lado a lado"
Stella Hawkins costumava ser uma garota normal. No auge dos seus treze anos, ela acreditava que seus maiores problemas seriam conciliar suas aulas com seus treinos de líder de...
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TODOS AQUELES QUE NÃO SALVEIby Stella Hawkins
Crescer em um bairro relativamente calmo, com um pai amoroso e uma vida tranquila talvez tenha me iludido sobre muitas coisas. Sempre pensei que tudo estivesse incrivelmente bem.
Meu pai sempre me disse que nunca saímos de uma guerra sem perder algo. Naquela época eu não acreditei isso. Quem poderia me culpa? Eu era uma criança iludida por uma falsa sensação de segurança. Hoje em dia, mais velha, mais madura, finalmente entendo o que meu pai quis dizer. Tudo que ganhei ao longo da minha vida não fora guerras, foram pequenas batalhas. E agora eu sei o que perdi e o que ganhei.
Não criamos nossos próprios demônios, as vezes, eles já existem e apenas se tornam nossos. Esse foi o caso da Terra. Das pessoas que viviam nela. Meu caso.
O medo é uma palavra pequena que carrega um significado enorme. É tudo sobre o que o poder atrai nos iludindo sobre a segurança nos impedido de ver a chegada do perigo que trará consigo o medo.
Sempre me considerei uma pessoa corajosa. Sem muitos medos. Entretanto, como se fosse uma maldição, no dia do meu aniversário de treze anos o mundo entrou em colapso. O Cordyceps veio para executar sue cheque mate.
Sem que eu pudesse prever uma pandemia eclodiu, dando início ao fim do mundo. E no fim disso tudo, vencedores ou não, nós perderíamos alguma coisa.
Entrar no Museu não parecia uma boa ideia, não que entrar em algum lugar fora dos muros da zona de quarentena parecesse uma boa ideia de qualquer jeito. Mas aquela era nossa única opção, então sem saída, tive que encarar meus medos.
Joel encarou as raízes do fungo na entrada, ele tocou a superfície e elas se quebraram sob seu toque.
- Está seca, morta.- ele avisou.
Adentrando aquelas portas me lembrei de quando era adolescente e fazíamos visitas a museus com minha turma de escola. Eu adorava excursões escolares, eram sempre muito divertidas e eu gostava de conhecer lugares novos. Agora, tudo aquilo parecia uma vaga lembrança de um passado há muito tempo esquecido.
Joel e Tess pararam em uma das salas, me aproximei deles vendo o infectado que parecia ter sido morto a pouco tempo.
- O que foi?- Ellie perguntou alto demais.
- Silêncio. Nada de barulho.- Joel sussurrou baixo o suficiente para que eu quase não o escutasse.
Ellie abriu a boca para falar mais alguma coisa, mas eu a encarei com um olhar de repreensão e ela se calou.
