NASCIDA PARA MORRER "e na queda dos mundos, lutaremos lado a lado"
Stella Hawkins costumava ser uma garota normal. No auge dos seus treze anos, ela acreditava que seus maiores problemas seriam conciliar suas aulas com seus treinos de líder de...
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O SILÊNCIO DOS INOCENTES by Stella Hawkins
Aqui está um fato interessante sobre mim: há três meses atrás eu nunca seria capaz de dizer que conhecia o amor incondicional. O tipo de amor que fazia mamãe, mesmo cansada de um dia inteiro de plantão no hospital, ainda conseguir brincar comigo por horas a fio quando eu chegava da escola, porque ela nasceu pra ser mãe. O tipo de amor que fazia meu pai me perdoar por todos os erros que eu cometia, todas as decepções que eu dava, que o fazia olhar pra mim como se eu fosse ser pra sempre sua Stella, a garotinha de olhos inocentes que ele criou.
O tipo de amor que me faria queimar o mundo até o chão para proteger, para cuidar, para manter.
Eu tive muitos arrependimentos. Muitos. Mas a garota ao meu lado que eu cuidei com tudo de bom que tinha a oferecer nunca seria um deles. Eu acertei em todos os lugares que achei que poderia errar. Eu dei cada gota do meu amor para ela, até não restar mais nada a oferecer. Porque compensava. Porque valia a pena.
A garota ao meu lado, machucada e suja de sangue era a mesma pirralha irritante que Marlene me obrigou a tomar conta meses antes. A mesma que que cuidei, protegi e mantive a salvo por três longos meses. A mesma garota que me fez mudar para a melhor versão de mim mesma.
Era a minha garotinha, minha pirralha irritante. Minha filha. Poderia não ser parte de mim, mas era parte do meu coração. Umas das que merecia ser salva. Merecia viver, desabrochar, crescer mais. Ser feliz como nunca foi.
Merecia conhecer o amor incondicional que ela mesma me ensinou.
Eu a amava. A amava tanto que não acreditava que mais alguém no mundo a amaria mais.
Eu poderia está prestes a cometer a maior loucura do mundo por Ellie, mas durante os últimos três meses eu fiz algo que jamais imaginei que faria: eu vivi por ela.
E viveria mais mil anos se me fosse permitido.
E quando David e James entraram naquela sela, eu já sabia exatamente a maneira como agiria dali pra frente. Agarrei o pulso de Ellie e a puxei para longe deles até nossas costas bateram contra a parede atrás de nós, estávamos sem saída. Mas sem opções.
James foi o primeiro a vir em minha direção e me segurar com força, enquanto David fazia o mesmo com Ellie.
- TIRE AS MÃOS DELA! - gritei enquanto me debatia nos braços de James.
Ele era obviamente maior e mais forte que eu, tudo consegui fazer foram pequenos arranhões em seus braços e faze-lo ficar com mais raiva ainda.
