XIII: O rebuliço na cidade

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O navio desembarcou lentamente, o porto era precário e difícil de receber a quantidade de pessoas que chegavam. A maioria das pessoas era imediatamente direcionada para a estação de comboio que levava por ordem do intendente todos os elfos diretamente para a cidade de Magic, que ficava no caminho para Magix. 

Todas as noites que chegavam imigrantes fugindo da guerra Henrique fazia questão de vigiar o transporte de cada um. 

Fumava um charuto pela madrugada quando via os elfos serem levados. Costa e Cosme estavam atrás dele fumando um cigarro de palha. 

O funcionário responsável por direcionar os elfos fazia sinal para o intendente. 

O coronel olhou com desprezo o funcionário e olhou os dois capangas. Fazia o sinal para que resolvessem a situação. 

— Coronel. — Costa jogou o cigarro longe e tossiu antes de falar com o homem. — Tem um problema real ali no porto. 

— Problema? — franziu o cenho. — Na minha cidade não tem problema. 

— Duas mulheres ali dando problema, tem que ir lá. 

Henrique olhou chateado para ele e se levantou. Coçou as sobrancelhas brancas e foi até o funcionário e às duas mulheres. 

— O que está acontecendo, Rodrigo? — gritou irritado. 

Olhou as duas mulheres de cima a baixo. Uma mais bonita que a outra, porém, não sabia dizer qual. Uma tinha a pele de caril e orelhas pontudas, com os cabelos pelos ombros e um vestido longo que desenhava o corpo com charme e elegância. A outra era um pouco mais baixa em altura e tinha longos cabelos pretos e olhos alaranjados, e esta tinha as orelhas curvas. 

— As mulheres. A senhorita Jin veio de Leriam Dragon e diz que não vai para Magix. E a senhorita Le... — não conseguia dizer o nome estranho. — Ela diz que vai ficar em Magris. 

— Em Magris? — levantou a sobrancelha. — Não. Não há elfos em Magris. 

— Eu tenho alguém que me busque. — olhou o homem. — Estará de chegada. Ele lhe explicará. 

— Eu quero é ouvir explicações antes de matar mesmo. E você? 

— Eu sou dançarina. — sorriu. — Eu danço a dança das penas. 

— Primeiro que essa colocação já me soou mal. — desdenhou. — E só não lhe mando de volta para sua terra porque gostei do seu rosto. E vai dançar onde? Aqui não tem teatro para dança. Teatro é para atores. 

— Eu danço onde der. — encolheu os ombros. 

— E vai ficar em Magris quanto tempo? 

A mulher encolheu os ombros novamente.

Um som de carro foi se aproximando e os quatro se viraram. 

— As senhoritas se querem ficar na minha cidade tem que entender que aqui ninguém faz magia. Nem bruxarias, nem manipulação e nem magia de elfo. — olhou a elfa no fundo dos olhos. — Vamos ver o que vai ser feito de você. 

Um jagunço aparecia dirigindo, o que já começava a ser estranho. O homem deixava o carro e ia até o grupo. 

— Senhorita Lepskini. — o homem declarou. — Venho por parte do senhor Crives. Boa noite, coronel Henrique.

— Da parte do senhor Crives? — ele levantou a sobrancelha. — A senhorita é a noiva? 

— Sim, senhor. — concordou triste e foi sendo levada pelo jagunço. 

Magris A história de uma cidadeWhere stories live. Discover now