XXII: Dia dos debates

14 5 0
                                    

A cada noite que Tebaldo se deitava com Bianca mais crescia seu sentimento de estranheza. Quanto mais a via mais queria a ver. E cada vez que ela tirava a roupa parecia que era a primeira vez. Era um vício.

Se beijavam ardentemente até adormecerem um nos braços do outro.

Sempre que ela subia no palco, noite sim e noite não, sentia uma pontada de ciúme. O tipo de ciúme que está lá, mas não é notado, como um mal-estar rápido. 

Ele acariciava o rosto. 

— Virá comigo no casamento do Silvio com a grávida?

— E quem será a noiva, ele ou ela? — sorriu. 

— Ela irá de branco, apenas não sei como viverão depois disso. Se os interesses não são parecidos. — encolheu os ombros.

— Não é só de sexo que vive um relacionamento. — o olhava com o mesmo sentimento de estranheza que ele. 

Tebaldo ficava contemplando a beleza dela em silêncio. 

Bianca o puxou para um beijo e ele começou a despi-la com pressa de saber como era o tal "sexo" que todos viviam ao redor.  Apertou o corpo por completo e tentou por mais uma vez. 

A dançarina o olhou com carinho e o beijou com ternura. O pianista limpou as lágrimas no canto do olho esquerdo e beijou a testa. 

— Eu quero partir desta cidade. 

— Eu também. — ele concordou sem deixar de olhá-la. 

A mulher sorriu com leveza e o abraçou pensando se o futuro os iria separar ou permitir que permanecessem juntos.  

Gaspar foi seguindo a Bonifácia pela rua de automóvel

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Gaspar foi seguindo a Bonifácia pela rua de automóvel. Tentou chamá-la, mas ela o ignorava. 

Ela entrou na loja e ele estacionou esperando que ela saísse. Bonifácia saiu com uma sacola e desdenhou dele encostado no carro. 

— Bonifácia, Bonifácia, me encontre na rua de cima, na rua da saída da cidade. Quero te mostrar uma coisa. Bonifácia é sério. — a puxou pelo pulso. 

— Eu te avisei quando pudesse me procurar, não é? — puxou seu pulso de volta e continuou andando. 

— Eu estou seguindo o que você me impôs, solteiro. — sorriu. 

Ela se virou e levantou a sobrancelha desconfiada, respirou fundo e deu as costas. 

— Me encontre na rua da saída. Me encontre. Virá? Não virá? Vou lhe esperar uma hora. 

Bonifácia sorriu subindo a rua e pensou se seria uma boa opção, pois sair da cidade não era exatamente o que tinha planejado. Sua mãe recebia a sacola com as pérolas e outras decorações pequenas para os vestidos detalhados. 

Magris A história de uma cidadeWhere stories live. Discover now