4 - 𝙽𝚊̃𝚘 𝚊𝚌𝚛𝚎𝚍𝚒𝚝𝚘 𝚎𝚖 𝚖𝚒𝚕𝚊𝚐𝚛𝚎𝚜

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Durante aquele amanhecer, Lena voltava a se perguntar sobre o real motivo para que sua melhor amiga tenha se decidido por não ir para a própria casa durante a noite passada. Então, quando chegou a sua cozinha e encontrou Samantha terminando de preparar o café com o celular pendurado na orelha sendo seguro pelo apoio entre o ombro e seu rosto, Lena enfim compreendeu o que tudo aquilo parecia significar. Samantha estava lhe testando, suprindo sem qualquer preocupação a pouca paciência que ela possuía. Uma explicação diferente Luthor não conseguia encontrar para afronta.

— Claro, marcado então. Obrigada pelo tempo disponibilizado. — Com mais algumas palavras de agradecimento, Samantha enfim se livrou do celular e fitou a amiga com curiosidade. Lena possuía em seus olhos o desejo de queimar a Árias viva. — Aconteceu alguma coisa? Você parece um pouco irritada.

Segurando com força uma xícara de café, Lena não respondeu a questão feita pela Árias. Respirando fundo, ela fazia o necessário para não perder a postura e arremessar a amiga pela sacada do seu apartamento. Não queria ser lembrada pela mídia como uma assassina de sangue frio, bastava relatarem isso sobre o seu irmão. Ela era diferente, era superior ao que os demais Luthor's são. Podia se controlar, engolir em seco toda a força que lhe dizia ser libertador o fato de se livrar das pessoas que pareciam não se importar em ouvir a sua opinião. Samantha estava com sorte.

— Os sócios desejavam participar da informal reunião que teremos com Kara Zor-El, mas devido ao que vejo agora, acho que fiz certo ao dizer que você poderia dar conta disso sozinha. Não você de verdade, é óbvio. Mas eu estou aqui pra isso, não é? Para garantir que minha melhor amiga não perca o maior negócio de sua vida. — Samantha estava empolgada com a ideia, visando um futuro promissor para toda L-Corp desde a breve troca de palavras no restaurante na data passada. Ela conseguia enxergar algo bom naquela possível parceria, mas não era apenas isso, só não sabia dizer o que mais existia ali. Descobriria com o tempo, mas era inegável que a sensação de conhecimento parecia se tornar cada vez mais forte. Kara Zor-El, de onde você veio? Samantha insistia em se perguntar em silêncio enquanto sorria para a carranca presente na feição de Lena.

— Essa "reunião" não vai acontecer, Sam. Não quero aquela mulher ligada a L-Corp de forma alguma. — O seu ultimato havia sido dado, e para Samantha restou apenas respirar fundo, sua dor de cabeça ameaçando surgir com toda aquela teimosia de Lena.

— De todos os envolvidos, apenas você se recusa a ao menos ouvir o que ela pode ter para oferecer, Lena. Por que? — Sua dúvida era real, queria mesmo entender toda a relutância apresentada pela Luthor. — Em outros momentos, você jamais deixaria uma oportunidade como essa passar na frente dos seus olhos sem fazer nada. O que de diferente estava acontecendo agora?

— Não sabemos quem é aquela mulher, Sam. Não temos ideia de onde ela surgiu, nem porque veio aqui. — Depositando a xícara de suas mãos sobre o balcão onde se apoiava, Lena segurou o olhar curioso de Samantha. — Kara Zor-El é um nome inconclusivo, não existia nas redes até sua exposição para mídia após a aquisição da maioria das ações de um dos casinos mais arrendatários de Las Vegas, o que claramente deveria explicar seus lucros absurdos em tão pouco tempo. Mas ainda falta alguma coisa, ela esconde algo, eu sei disso.

— Você andou vasculhando a vida dela? — Apesar da seriedade da pergunta, Samantha sorria largo. Conseguia enxergar um leve, mas existente interesse por parte de Lena.

— Ela é o assunto de National City e, você não para de dizer que devíamos firmar alguma espécie de parceria. Queria que eu fizesse o que?

— Para começar, podia não agir como uma stalker fanática. Ela pode descobrir. — Seu sorriso fez Lena revirar os olhos ao lhe dar as costas para terminar de se aprontar. A L-Corp não iria se gerenciar sozinha.

𝗕𝗘𝗟𝗭𝗘𝗕𝗨 • ꪜỉꪜꪖOù les histoires vivent. Découvrez maintenant