21 - 𝙲𝚊𝚖𝚙𝚘𝚜 𝙴𝚕𝚒́𝚜𝚒𝚘𝚜

66 7 0
                                    

Caminhando pelas ruas de National City, ajeitando o óculos de sol que usava, Alex Danvers respirou fundo. Passava do meio-dia, e o clima nublado não justificava o intenso calor quase perceptível a olho nu. Aquilo não era normal, e com certeza não fazia parte das emoções de Kara Zor-El. Alex possuía certeza, era obra de Mon-El.

Acostumados a lidar com as duras mudanças climáticas ocorridas nos últimos meses, os cidadãos já não se incomodavam mais com a falta de informações dos aplicativos em seus celulares, tão pouco julgavam toda a falha assistida. Comentavam entre si, acreditavam que algo estava se transformando, que talvez o mundo estivesse mudando. Os seres que os visitavam possuíam as respostas, mas não eram capazes de os notar à sua volta, assim como jamais aceitariam a única explicação existente como parte da normalidade. Não estavam prontos, e agindo como uma sombra consciente, Alex Danvers guardava um julgamento para cada um deles. 

— Sua lista do dia deve estar cheia, não? — alcançando os passos da ruiva na entrada do parque ao norte da L-Corp, Clark perguntava já tendo todas as respostas possíveis. Alex deixou de andar, respirou fundo e virou para o pecado.

— O que raios pensa que está fazendo aqui? — ficar sozinha era a sua intenção. Queria se encontrar com Kara mais tarde, mas naquele momento, estar em paz era o seu maior desejo.

— Você saiu sem dizer nada, e sequer pensou em olhar para trás — suas mãos estavam escondidas no bolso do seu paletó — O nosso problema está se agravando, e ficarmos aqui parados não vai ajudar em nada. Devíamos ir atrás dele antes que novas surpresas sejam despejadas em nossos colos. 

— Não existem surpresas, Clark — retirando os óculos e não escondendo toda a sua frustração, Alex negou que a bola de neve estivesse mesmo ficando tão grande — Ele já fez o que queria, só não conseguiu o que pensou ser possível. Se esqueceu do que ele representa como príncipe do inferno? — assistindo o trânsito lento pelas ruas da cidade, sorriu em negação — Mon-El não sonha com nada, ele não deseja nada que seja uma conquista própria. Kara é mais do que uma rival, ela é tudo o que ele deseja se tornar, têm tudo o que ele acha que quer e precisa ter. Diferente de alguns de vocês, Leviatã é de fato tudo o que ele desperta nos humanos, e por isso ele é uma ameaça tão preocupante.

A força da inveja em carne e osso caminhando sobre a terra, buscando por objetivos claramente distorcidos, esse era Leviatã. Uma figura que aos olhos do público, vinha de outra cidade para preencher a vaga aberta naquele caso ainda sugestivo, pois o falecimento de Lex Luthor continuava a levantar muitas questões curiosas. Mon-El apresentou um currículo excepcional, e uma carta de recomendação duas vezes melhor. Os elogios que recebeu o fez pensar sobre como seria ter uma vida naquela terra, mas nada superava o desejo de se tornar o rei do inferno. Havia subido àquele solo com um único propósito, e se recusava a retornar de mãos vazias. Sabia o que fazer, onde projetar as ações que levariam Kara ao descontrole. Estava preparado para tudo, e em uma frase bem humana, torcia de dedos cruzados para que a Kara Zor-El não estivesse.

— Provas escondidas mostram que você esteve ao lado de Alexander Luthor durante todo o tempo, senhor Maxwell Lord — sentado a frente do empresário em sua sala de interrogação, Mon-El apresentou os motivos pelo qual o homem estava ali — O depoimento do Luthor limpou o seu nome, mas o seu precoce falecimento levantaram novas perguntas, e agora você está aqui. O que tem para me dizer?

— Dentre tantas coisas, a principal delas é que você não é quem diz ser — certo das suas palavras, Maxwell o encarou com atenção — Você é como ela, surgiu do nada para conquistar tudo. Eu não sou cego, tão pouco ignorante. Não faço ideia de onde vieram, mas está claro que vocês querem alguma coisa. Lex Luthor não morreu por nada, e esse seu falso interesse só pode significar duas coisas — cruzando as mãos sobre a mesa, sorriu convencido do seu ponto — Ou você sabe quem o matou e está tentando cobrir todos os fatos para proteger esse alguém, ou você é o assassino e está cobrindo os próprios rastro a fim de fazer outro alguém de laranja.

𝗕𝗘𝗟𝗭𝗘𝗕𝗨 • ꪜỉꪜꪖWhere stories live. Discover now