19 - 𝙼𝚘𝚗-𝙴𝚕

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Alexander Luthor, aquele de mente brilhante e com um futuro promissor em qualquer universidade que viesse a frequentar pelo mundo, o primogênito da família e, o maior dos orgulhos de Lilian Luthor, sua mãe. Destinado a coisas grandes desde o dia em que nasceu, se viu em queda contínua devido a pequenos, mas graves erros. Por muito tempo culpou o aparecimento repentino de Lena em sua vida, pois a atenção que era apenas sua, de um momento para o outro passou a ser dividida. Mas quando estava de frente para aquele ser que muito se parecia com um homem comum, e ainda sim estava muito longe do que era ligado aos requisitos básicos do ser humano, Lex Luthor finalmente entendeu que a aparição de Lena em sua vida foi o que lhe permitiu ir tão longe. Se seguisse os seus instintos sombrios, teria sido condenado muito antes da data registrada em sua ficha, porém, tentando manter o legado de um bom irmão mais velho, Alexander Luthor levou anos mais do que o previsto para finalmente se corromper.

— Lena, estão esperando por nós — de pé na saída do apartamento, e com as chaves do novo carro da amiga em mãos, Samantha a chamava levando o lembrete de que não deviam demorar muito mais.

Com a confirmação de que Lex Luthor havia de fato falecido, como uma situação de praxe, Lena Luthor foi imediatamente chamada para o reconhecimento do corpo. Não era algo que tinha em mente para a semana, mas foi o que precisou fazer pouco depois de assimilar as informações passadas por seus advogados. Era uma situação incômoda, mas ao menos significava que o irmão não poderia fazer mal a mais ninguém. 

Ainda um Luthor legítimo mesmo depois de estar envolvido com o assassinato dos próprios pais, seu velório era organizado de forma muito parecida ao que foi a última homenagem feita a Lionel e Lilian Luthor. O que jamais aconteceria se fosse uma decisão tomada unicamente por Lena, que infelizmente não tinha voz sobre aquela cerimônia, pois o ato fúnebre era registrado e seguido por sua família desde a geração do seu avô. Assim foi contado e explicado quando Lena se recusou a aceitar os preparativos feitos pelos advogados. Achou ser um absurdo, mas entendia não ser o momento para discussões. Apesar de tudo o que fez, Alexander Luthor ainda era o seu irmão mais velho.

— Não há necessidade de estarmos indo ao funeral daquele homem, Kara — acompanhando a loira, Alex replicava uma última vez antes de adentrar o carro — O que pretende ganhar com tudo isso?

— Ele estará presente, marcando um território que não o pertence. Não a deixarei sozinha com ele estando tão perto — soltando um suspiro cansado, se sentou frente ao volante e fechou a porta. Alex permanecia ao seu lado — Você mesma disse que não sou mais o maior risco a vida dela, então preciso protegê-la do que for uma ameaça.

— Se nunca tivesse deixado o seu posto como o senhor do inferno, nada disso teria acontecido — também cansada de toda aquela situação, Alex dizia mais a si mesma do que a própria Zor-El. E mesmo assim Kara a ouvia com atenção.

— Entendo o seu ponto, mas não me arrependo da decisão que tomei — seu sorriso logo apareceu — Se continuasse a seguir todas as regras, eu jamais saberia do retorno dela. Que inferno, Alex. Ela pode estar vagando sobre essa terra por anos e nunca poderemos ter certeza.

— Ou você deu sorte e subiu a esse mundo quando elas reencarnaram pela primeira vez depois de milênios — em um sorriso que sequer podia explicar, negou que pudesse estar certa, mas não descartou a possibilidade — Talvez seja difícil para você aceitar isso, Kara, mas coisas boas acontecem com todo o mundo de vez em quando. 

O que de fato eram as coisas boas às quais Alex Danvers se referia? Kara não podia deixar de se perguntar durante o caminho a ser traçado, e por mais que tentasse, não conseguia uma resposta capaz de a convencer que ela seria digna de tal milagre. As situações nunca estavam a seu favor, e estando agindo contra os desejos do seu criador há tanto tempo, custava acreditar que ao menos dessa vez fosse tudo ser diferente, mesmo que perto do imperceptível. Até gostaria, mas não acreditava em nada disso.

𝗕𝗘𝗟𝗭𝗘𝗕𝗨 • ꪜỉꪜꪖWhere stories live. Discover now