Capítulo 14 - Parte Sete - B

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Por sorte, o diretor da banda não ficou muito chateado por perder seu tempo ou ter seus ouvidos estragados pela habilidade de Gerard com tubas, ou a falta dela. De fato, ele e Gerard na verdade tiveram uma conversa bastante decente sobre a possibilidade da Glen High eventualmente desenvolver uma seção para um coro. Gerard cantou algumas músicas para ele, o que produziu um sorriso e alguns estalares de dedos no ritmo da música. Na verdade, para ser sincero, era um pouco aflitivo o quanto o Senhor Stewart estava interessado em conseguir que os tocadores de trombeta tocassem 'Luck Be A Lady' enquanto Gerard cantava. Ele não queria estar realmente em um coro; ele só estava tentando evitar ser espancado até a morte no estacionamento da escola.


Ele escapou da sala da banda depois que o ensaio começou de verdade. A Abertura de 1812 o seguiu através do campo, a grave batida do baixo vibrando como um trovão. Frank estava esperando por ele no início da trilha, balançando sua cabeça no ritmo da música e assobiando no junto, ligeiramente desafinado; quando Gerard chegou mais perto, ele viu que a cada batida Frank tocava seu pé contra uma barreira invisível, seu pé indo e voltando implacavelmente.


"O que aconteceria se nós plantássemos mais árvores no campo?" Gerard perguntou curioso. "As fronteiras da floresta iriam se mover também?"


"E olá pra você também, Gerard", Frank bufou, atacando Gerard com um abraço assim que o maior passou para o território-­fantasma. Gerard zumbiu feliz e lutou contra a urgência de enterrar seu rosto no cabelo de Frank, o que foi sorte, porque Frank o soltou rapidamente e começou a gesticular selvagemente, quase arrancando um dos olhos de Gerard. "Bora logo, por esse lado, nós vamos ir em novas e emocionantes direções hoje. Foda­-se a trilha, certo? Enfim, eu não tenho porra de ideia nenhuma sobre como essa merda funciona. Você poderia organizar uma expedição de plantação de árvores mais tarde, okay. Você e Johnny Appleseed."


"Eu poderia ser Gerard... Pinecone?" Gerard ofereceu, esquivando-­se de um galho baixo. "Sei lá, foi só uma ideia. Talvez pudéssemos roubar alguma árvore recém-­plantada de algum viveiro ou algo assim."


"Nós", Frank disse, fazendo um gesto de aspas com os dedos. "Você quer dizer 'você'. Tente não ser preso, Menino da Natureza. Eu iria sentir sua falta se você fosse pra cadeira. Enfim, se apresse, não temos tempo para bobeirinhas hoje."


Ele desenredou Gerard de alguns galhos de pilriteiro que mais pareciam dementadores, pegando­-o pela mão, Frank começou a puxá­-lo pelo caminho.


"Bobeirinhas?" Gerard riu satisfeito quando Frank lhe lançou um olhar exasperado, um sorriso tremendo no canto de sua boca. "Sério, cara? Bobeirinhas?"


"O que?! Sally diz isso o tempo todo. É uma frase válida pra caralho. Mas tudo bem, apenas continue andando, porra de retardado imbecil", Frank disse, sorrindo de verdade agora, dentes brancos e brilhantes no sol da tarde. "Feliz agora?"


"Em êxtase", Gerard lhe assegurou, olhos fixados em suas mãos juntas. "Então, hm, por que a pressa? Nós não temos a tarde inteira?"


"É, mas eu quero te mostrar meu corpo e é meio fora do caminho." Gerard perdeu um passo e teria caído de cara em uma poça de lama se Frank não o tivesse segurado habilmente pelas costas de seu casaco, puxando-­o para cima de novo. "Eu percebi que não precisava esperar você pedir para ver", Frank continuou indiferente. "Você provavelmente teria planejado alguma coisa."

Anatomy of a Fall (portuguese version)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang