Capítulo 20 - Parte Dez - B

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"Bem, antes que todos nós nos borremos de animação, vamos ver o que realmente acontece ao tentar sair desse bosque abençoado por Deus, certo?"

"Bob, O Estraga-­Prazeres, ataca novamente", Frank disse tristemente, e então bateu seu quadril contra Bob, atirando­-o em um tronco de árvore e deu algumas risadinhas.

Gerard manteve o pequeno ossinho cerrado firme em seu punho enquanto deva um passo para fora da floresta e para dentro do campo gramado atrás da escola. Ray e Bob o seguiram, e então eles estavam apenas esperando enquanto Frank hesitava na margem da floresta.

"Você já tentou?" Ray perguntou finalmente. "Anda logo, Frankie, apenas dê um passo. Não pode ser pior que o carrinho­-de­-mão, não é?"

"Nunca mencione o carrinho novamente", Frank resmungou, sugando seu lábio inferior e então suspirou, fechando seus olhos e dando um passo à frente. E então outro, e então Gerard não pôde evitar, ele soltou um grito de triunfo enquanto corria em sua direção, envolvendo seus braços ao redor de Frank e gargalhando alto.

"Nós conseguimos!" ele sussurrou animadamente no pescoço de Frank, e então o puxou para uma valsa rápida e circular.

"Gerard", Frank disse estremecendo, e se pendurando sobre o maior por um momento antes de se afastar um pouco e olhar ao redor, arregalando os olhos. "Eu não consigo acreditar, puta que pariu."

"Incrível" Ray disse suavemente. "Ei, como é pra você?"

Gerard soltou Frank, enfiando suas mãos em seus bolsos e tentando não sorrir demais. Frank balançou enquanto Gerard dava um passo para trás — balançou fisicamente, como a chama de uma vela. Ele balançou a cabeça, parecendo confuso.

"É estranho. Eu me sinto... todo esticado, eu acho? É um pouco difícil me concentrar. Vamos continuar, ver o que acontece."

Frank desbotou enquanto eles andavam, toda a cor abandonando-­o, e ele se recusou a entrar no carro de Bob, disse algo sobre ser rápido demais para manter a concentração. Então Gerard dispensou Bob e Ray e caminhou em direção à sua casa, Frankie tagarelando ao seu lado e balbuciando algo sobre a falta de árvores. No momento em que eles chegaram na casa de Gerard, a voz de Frank estava rouca e misturada com o vento; Gerard mal conseguia enxergá­lo. Mas sua voz estava animada, e ele continuava apontando cada coisa que havia mudado e cada coisa que havia permanecido igual — um silo havia caído, uma fazenda virou uma subdivisão, e a Senhora Middleton estava aparentemente usando a mesma decoração de Halloween pelas últimas duas décadas.

Era como tentar passear com um filhote. Frank se distraía o tempo todo e rumando para roubar a correspondência da caixa­-de­-correio de alguém ou fuçar através de uma janela, ou apenas olhar ao redor, observando todos os lugares exceto aonde eles estava indo, e ele ficava andando através de Gerard acidentalmente, deixando­-o estremecer em ondas geladas de formigamento.

Cinquenta bilhões de anos depois, Gerard finalmente conseguiu enfiar Frank dentro de sua casa.

"Então, este é o meu quarto", ele disse nervosamente, entrando no cômodo. Frank mal estava visível. Ele era apenas um borrão na visão periférica de Gerard, uma trilha de ar gelado, mas Gerard conseguia imaginá-­lo, se balançando para frente e para trás sobre seus calcanhares, fácil demais. Todo sorrisos brilhantes e olhos curiosos.

"Posters do Tarantino!" Frank disse animadamente, e então a pilha de DVDs no chão ao lado do guarda­-roupas se desfez. "Oops, desculpe. Wow, espera, isso são filmes?" Uma capa se abriu, o DVD refletindo na luz. "Puta merda, o mundo ficou tão fodidamente legal depois que eu morri."

Anatomy of a Fall (portuguese version)Where stories live. Discover now