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Mesmo esquema de ontem: 220 comentários pro próximo 👀🔓

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Mesmo esquema de ontem: 220 comentários pro próximo 👀🔓

𝐏𝐈𝐋𝐀𝐑 𝐃𝐔𝐀𝐑𝐓𝐄
📍 Rio de Janeiro, Brasil
~ dias depois.

Eu nunca quis ser mãe.

Algumas mulheres nascem, crescem e sonham com isso. Elas se veem casadas, com filhos, felizes e com uma família grande e tá tudo bem, mas eu? Eu nunca me vi assim.

E não foi falta de exemplo. Todas as minhas tias tinham filhos, meus pais vivem num casamento “perfeito”, minhas primas mais velhas e até as mais novas casam, tem filhos, formam famílias... Mas eu não.

Sei lá.

Simplesmente não consigo me ver fazendo algo assim. Aquele retrato da mulher fazendo crochê depois de ter colocado a criança no berço enquanto espera o marido voltar do trabalho... Isso aí nunca foi pra mim.

Sempre gostei mais da ideia de ter minhas próprias coisas, conquistar tudo com o meu suor, chegar em casa depois do trabalho e encontrar minha casa própria no escuro e no silêncio, ligar o som, fazer minha própria comida, limpar tudo no meu tempo, me jogar no sofá e não me preocupar se tem alguém esperando por mim.

Ver tudo isso escorrendo pelo ralo é meio desesperador. Principalmente porque estou pensando nisso tudo sozinha, dentro de uma mansão, de um lado do Rio que eu nunca achei que pudesse frequentar algum dia e dividindo a casa com um homem. Que me odeia.

E por falar nele...

A porta de três metros de altura se abre e ele passa por ela usando toda a linha de treino do Flamengo. Retira a mochila dos ombros, coloca do lado da porta e só então vira pra olhar pra mim.

—Tudo bem? — O jogador limpa a garganta enquanto retira o tênis — O Fábio não tá em casa?

—Não.

—Hum — Murmurou, sentando na beirada do outro sofá — Não me respondeu se tá tudo bem — Ergueu uma sobrancelha — Comeu? Passou o dia no banheiro de novo?

—Não é como se você se importasse — Respondi.

Uma coisinha lá no fundo da minha cabeça se sente culpada por ser tão grossa, mas então eu lembro que ele não acredita em mim e que provavelmente me meteria um chute na bunda assim que tivesse oportunidade.

—Mesmo que eu ache que o filho não é meu... Não é como se eu fosse um insensível — Piscou, meio atônito.

—Mesmo? — Prendi o lábio entre os dentes.

O dia foi uma merda. Acordei salivando com vontade de comer uma tapioca quentinha com coco ralado e leite condensado, a Dona Rose se prontificou a fazer e quando ela fez... Não suportei colocar na boca. Não aguentei o cheiro, a cara da tapioca, o gosto... Vomitei na pia da cozinha porque ou era isso ou ia vomitar em cima da coitada.

𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐁𝐄𝐁𝐄 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋 (𝐏𝐀𝐔𝐒𝐀)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora