"𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐁𝐄𝐁𝐄...
Eu nunca quis ser mãe ao contrário do seu pai, que sempre sonhou com a paternidade. Nós vivemos a vida inteira em mundos diferentes. Ele é paulista e sou carioca. Ele é rico enquanto e não tenho onde cair morta. A famíli...
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Bem vindos ao capítulo mais importante da história até agora 💞 A meta desse é de 600 comentários. Quero muuuuito saber tudo que vocês vão achar, então COMENTEM! 🫶🏽
𝐏𝐈𝐋𝐀𝐑 𝐃𝐔𝐀𝐑𝐓𝐄 📍RIO DE JANEIRO, BRASIL ~ dia do julgamento.
Talvez esse dia só perca para o dia que vi o positivo no teste de gravidez.
Porque tudo aqui já acordou diferente e tudo foi se movendo de acordo com o que ia acontecer às 14h. O clima pesado me fazia mal, me dava aquela sensação de volta à casa dos meus pais. Aquela coisa meio subentendida de que algo ruim ainda ia acontecer no decorrer do dia.
E aconteceu.
O pior é que eu não sei agir nesses momentos. Fico parada, chorando e estática. Não sou boa em dizer palavras positivas porque nunca as escutei, não sou boa em dizer que tudo ainda vai dar certo, porque geralmente não dá.
Eu não sei ser fofa, não consegui olhar pra ele antes de sair e dizer “vai dar certo”, não consegui nem ficar na ponta dos pés pra juntar nossos lábios rapidinho... Só fiquei assistindo ele ir embora. Sabe?
E essa sensação de vazio na casa. Essa coisa subindo pela minha garganta.
Porque não tem ninguém aqui além de mim quando ele chegar. Não tem os pais, os amigos, a irmã, a Rose. Não tem ninguém. Quer dizer... Deve ter. Os pais e a irmã devem estar tentando pegar o próximo voo, mas quando ele abrir aquela porta... Pra onde vai correr? Pra mim que não sei o que dizer e que provavelmente vou chorar e assustar ainda mais?
A mensagem do Fábio diz que eles já saíram de lá. Meia hora atrás. Devem estar chegando aqui e eu só quero... Só quero colocar tudo que comi pra fora.
Não consigo segurar, a ânsia me vence e me vejo correndo pro banheiro no quarto, despejando tudo de uma vez só. Queimando minha garganta, se misturando as lágrimas.
E que louco. Eu não deveria me importar tanto assim, não tenho nada a ver com a vida profissional dele, mal entendo de futebol ou qualquer outra coisa relacionada à isso, mas... Me importo. Me dói. Me náusea.
A porta lá embaixo se abre justamente enquanto estou escovando os dentes. Meu coração acelera e fico esperando... A porta abrir e ele perguntar o tão costumeiro “posso entrar?”, mas... O tempo passa. Voz nenhuma é escutada. Só os passos subindo as escadas e sumindo dentro da casa. A porta não abre, ele não aparece e eu sei. Simplesmente sei...
Não vai vir.
Ele não vai vir aqui.
E pra mim isso significa tanta coisa. Significa que não quer me encher com os problemas dele, que mesmo estando destruído duas vezes mais agora, não quer demonstrar isso ou chegar assim perto de mim. Perto do filho.
