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𝐏𝐈𝐋𝐀𝐑 𝐃𝐔𝐀𝐑𝐓𝐄
📍RIO DE JANEIRO, BRASIL
~ chuva.

Tá caindo um temporal do lado de fora. Aqui do quarto que estou não dá pra ter muita noção do estrago porque é no andar do meio, mas os pingos grossos batem na janela de vidro e os relâmpagos clareiam o quarto todo.

Não consigo dormir, meu coração fica batendo na garganta o tempo todo pensando que... Caramba, aqui é bairro nobre e parece que o estrago nas estradas tá feio... Imagina como não deve estar as favelas e os bairros mais carentes. Tipo onde eu morava antes.

Daí começo a me repreender porque desde o momento em que meu pai falou que não queria mais ver minha cara, ninguém me procurou. Nem minhas irmãs, nem minha mãe, nem qualquer outro parente.

E nossa. Tá frio. Muito frio.

A única calça que eu tenho não cabe mais e tô usando a camisa que o jogador me entregou umas noites atrás com a cueca, mas não é o suficiente. Meu queixo começa a tremer e enfio a cabeça debaixo da coberta tentando achar um pouco mais de calor ou talvez uma posição um pouco mais confortável pra pelo menos ficar quieta, mas não adianta. Nada melhora.

Chega aquele momento que você começa a se desesperar, sabe? A noite faz isso comigo. A ansiedade começa a me corroer de dentro pra fora, a mente trabalha demais, começa a criar centenas de cenários que não vão acontecer, os piores possíveis. E a vontade é de chorar, chorar e chorar até cair de vez no sono. Ao invés disso eu escolho jogar as pernas pra fora da cama.

Sabia que devia ter perguntado pra Dona Rose onde ela guardava os lençóis de cama, talvez tivesse algum outro edredom por lá e eu não precisasse fazer o que estou prestes a fazer.

Se eu já tava nervosa antes, agora então...

O corredor parece interminável, mas daqui já dá pra ver que a porta do quarto dele tá entreaberta e tem uma luz tipo de televisão ligada. A caminhada até lá é lenta e tô prestes a dar a volta e sair correndo quando ele me percebe.

—Oi?

—Desculpa — Murmurei colocando a cabeça na brechinha da porta — Vi que a TV tava ligada e...

—Tá sem conseguir dormir? — Limpou a garganta e me encarou.

Sem querer querendo meus olhos passeiam pelo ambiente, os quadros na parede, as coisas completamente organizadas... A cama tão quentinha e ele... Com um moletom imenso.

—É — Apertei o maxilar — Na verdade... Hum... Queria saber se você faz ideia de onde a Rose guarda as roupas de cama, sabe?

—Aconteceu alguma coisa com as suas? — Ele empurra o edredom com as pernas e levanta.

𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐁𝐄𝐁𝐄 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋 (𝐏𝐀𝐔𝐒𝐀)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora