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(quem se emocionou no anterior vai adorar esse daqui, então vou manter os 500 comentários) 💕

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𝐏𝐈𝐋𝐀𝐑 𝐃𝐔𝐀𝐑𝐓𝐄
📍RIO DE JANEIRO, BRASIL
~ sobre ser de alguém...

Um menino.

Um garotinho crescendo dentro de mim.

Que bom. Porque não parava de pensar em como seria se fosse uma menina. Um garoto sempre cresce tendo o pai como exemplo, uma menina não. Seria tão triste ter que deixar uma menininha com ele depois, sem ter um exemplo feminino. E caralho, que pensamento... Sombrio. Que merda. Me detesto por ficar pensando nessas coisas.

Meu coração acelera enquanto ele se enfia debaixo do cobertor, desligando a luz do abajur em seguida.

Porque falei pra ele ficar? Seria muito mais fácil ficar tendo pensamentos negativos sozinha quando ele saísse, ainda ia me ajudar a não me apegar. Porque não posso. Não posso acreditar que aqui é um bom lugar. Que é seguro e que sou bem vinda. Não é assim que as coisas funcionam comigo.

—Vem cá — Me chama baixinho, se remexendo no colchão. O braço passa ao meu redor, se enfia por baixo da camisa que estou usando, toca minha barriga.

Não sei se o arrepio que sobe pela minha coluna é causado pela mão na barriga ou pela respiração batendo na lateral do meu pescoço, talvez os dois. E nossa... Não posso ficar pensando nisso, mas é impossível não perceber que caibo direitinho na conchinha dele. É o tamanho ideal. O corpo dele abraça todo o meu, faz eu me sentir protegida aqui dentro.

—Fiz uma coisa mais cedo... — Começou a falar depois de um tempo — Fui no shopping depois do treino e comprei uma roupinha. Ia entregar junto com a caixa, mas acho que nunca te perguntei se você torce pra algum time.

Pensei no que responder. Meu pai é flamenguista. Acho que os únicos momentos que tive com ele e que consegui, sei lá, ter qualquer tipo de afeto era enquanto ele estava sentado na frente da televisão assistindo a um jogo. Eu não entendia nada, mas tinha essa necessidade de ter pelo menos um pouquinho de atenção, então assistia mesmo assim. Fazia de tudo pra ficar por perto.

—Comprou uma roupinha do Flamengo? — Perguntei baixinho.

—Uhum.

Umedeci os lábios.

—Gosto de futebol — Falei uma meia verdade — E do Flamengo também.

—Que bom — Sussurrou, fazendo círculos com o indicador ao redor do meu umbigo — Tem meu nome e meu número atrás.

—E porque você foi no shopping comprar? Achei que tivesse acesso a quantas blusas quisesse — Perguntei.

—Geralmente sim — Ele solta uma respiração lenta, que bate no meu pescoço e arrasta outro arrepio pela minha coluna — O Pedro vai ser pai também, estavam... Hum... Gravando algo com ele pra TV do clube. E eu podia ter pedido, mas não queria que desse a entender que tava tentando ofuscar o momento dele.

𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐁𝐄𝐁𝐄 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋 (𝐏𝐀𝐔𝐒𝐀)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora