Capítulo XXIII

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A luz brilhante que vinha da imensa janela de vidro incomodou até que enfim consegui abrir os olhos afim de fechar a janela irritante. Ao me esticar, senti uma pele ao meu lado... Achei estranho. Com dificuldade, abri um dos meus olhos e enxergando pouco consegui identificar um menino ao meu lado no sofá cama?

Claramente não estava em meu quarto. Também não lembro de ter saído do apartamento do Joe.

Cansada tento me sentar, e ao o fazer, respirando fundo suspiro ignorando totalmente o fato de que o meu hálito deve tá de matar qualquer ser humano a um raio de dois centímetros de distância de mim, mas, vamos fingir que estou sozinha nesse momento.
Coço a cabeça e aperto os meus olhos com força afim de poder enxergar melhor.
Olhando em volta, consigo identificar o apartamento do Joe e os flash do ocorrido ontem a noite começam a aparecer em minha mente.

Primeiro: Joe gostou do primeiro filme, mas, não queria continuar assistindo e fez vários argumentos contrários ao meu desejo de continuar assistindo ao meu filme de ressaca de rejeição ( se isso existe). O que nos levou ao embate número dois: Ele teve que assistir ao segundo filme comigo porque o ameacei que iria para o meu quarto no internato se ele me fizesse assistir filme de terror a uma hora da manhã logo, para parecer bem mais convincente enchi os meus olhos com lágrimas e fiz uma carinha de cachorro desamparado que o venceu por completo. E por fim: ele dormiu assim que chegamos no terceiro filme. Ou fingiu que estava dormindo.

Assim, em seguida, lembro que ele puxou uma parte do sofá para que parecesse maior, e pegou um edredom para cobrir o meu corpo...

Provavelmente adormeci nessa parte.
Na melhor parte!

Olhei para o lado em que o garoto estava dormindo e admirei por alguns instantes o seu lindo rosto sem nenhum cravo ou espinha normais em adolescentes da nossa idade. Como um ser humano pode ser tão lindo assim?!

— Se continuar me olhando assim sinto que vai abrir um buraco na minha cara. — Berat diz abrindo um dos olhos e sorrindo de lado.

— Tomara! — O respondo séria.  — Assim me convenço de que você é um ser humano normal como todos os outros.

Ele sorre mais ainda com a minha resposta, o que me faz revirar os olhos.

— São que horas ?! — Pergunto procurando o meu celular pelos cantos do sofá proximos a mim.

— São doze e meia. — Me responde se levantando do sofá que fizemos de cama.

Agora uma pequena dúvida me surgiu.

— Cadê o meu celular!

Vamos supor que o Joe dormiu primeiro, mas, depois acordou e buscou um edredom e me cobriu com ele... Então, porque ele não voltou para o seu quarto e foi dormir no aconchego da sua cama ao invés de dormir comigo?!
Ele costuma fazer isso com todas as meninas que ele leva para o seu apartamento?! E se sim, não somos amigos ?! Por que confundir tudo entre nós quando tudo está indo tão bem!!?

— Deve tá no chão, não sei. — Responde me observando levantar tudo para o alto como uma doida.

— Será se eu não deixei.... — Acho o aparelho debaixo do meu corpo. — Oops.

Digo ao ver o jovem balançando a cabeça e seguindo em direção ao banheiro do seu quarto.

Esquecendo qualquer questionamento anterior, ligo o aparelho para vê as novidades sobre Kevin e a sua encosto, quero dizer, namorada supostamente grávida.

Assim que o meu celular liga, recebo duas notificações de ligações perdidas do Kevin e sete mensagens do mesmo.

Respiro profundamente e solto o ar como se estivesse tentando oxigenar todo o meu sistema nervoso que ainda não acordou para que então eu podesse assimilar todas as informações que se seguiriam a partir do momento em que eu lesse o que estava escrito.
Mas antes, olho a minha volta e vejo o pote de sorvete vazio em cima da mesinha de centro junto com vários outros pacotes de Cheetos e fandangos assim como outras batatinhas e alimentos que me darão muita espinha no rosto hoje a noite!

O Nascimento De Um Erro FrancêsOnde histórias criam vida. Descubra agora