Capítulo XXVI

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— EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ AÍ! — A campainha toca outra vez. — VAI ABRIR OU VOU TER QUE ARROMBAR?!

Aperto as minhas pálpebras sobre os meus olhos sentindo um desconforto imenso na lateral da minha barriga mas o ignoro e somente me viro para o outro lado sem me importar com nada.
A cama estava muito confortável para que eu ao menos tivesse coragem para me levantar e saber quem era a doida que estava fazendo um espetáculo em plena manhã de sábado.
Era sábado, certo!?

Sinto a cama se mexer e depois parecer mais vazia.
Ótimo, Joe foi resolver o problema.

— Viu! SABIA QUE VOCÊ ESTAVA AQUI! — A voz feminina fala em um tom alto quando a porta é aberta.

— Shhhiiiiuuuu! — Acho que o jovem Berat fez esse som. — Cala a porra dessa boca e vamos conversar como duas pessoas civilizadas antes que eu perca a paciência com você. — Ele fala em um tom de voz baixo e em um japonês estilo bandido mesmo.

Uau!
Pareceu que eu estava sonhando que estava em um anime. Adorei! Vou pedir para ele repetir esse jeito de falar comigo quando eu acordar.

Em seguida, só ouço ele fechando a porta e o silêncio volta a reinar no ambiente aconchegante e quentinho o que coopera de bom grado para que eu continue dormindo tranquila.

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— Melina ?

— Uuummm.

— Meliinaaa? — A voz insiste em tentar me acordar.

Aperto novamente as minhas pálpebras contra os meus olhos após sentir novamente a dor chata em meu estômago. Ok, aquilo já estava começando a me incomodar.

— O que foi? — Pergunto me virando em direção a voz e tentando me sentar, mas, por alguma razão estava fraca.

Joe me encarou por alguns segundos antes de falar alguma coisa.

— Você está bem? — Pergunta ao reparar na minha cara feia destacando a minha dor.

— Não sei, a lateral do meu estômago está doendo de verdade e não faço ideia de que medicamento tomar para isso. — O respondo levando uma das minhas mãos para tocar o local onde doía.

Ele olha em volta acho que tentando lembrar se havia algum medicamento em sua casa de adolescente masculino solteiro e acho que não existia nenhuma possibilidade, por que ele se levanta e depois volta vestido em um sobretudo preto por cima do moletom que estava usando e calçado em um tênis Nike, o que, não alterou em nada a sua beleza e estilo inacreditável com aquele cabelo desgrenhado caídos sobre o seu rosto branco e lindo.

Se concentra na sua dor por favor Melina!

— Eu já volto tá?!

—Ei! — Saio da cama em um pulo e isso me faz vacilar no chão frio e acabo caindo de joelhos.

Literalmente estou passando a vergonha no crédito, por que o débito já me abandonou a muito tempo!

— Cuidado! — O jovem corre em minha direção e me ajuda a voltar para a cama. — Eu só vou na farmácia, não vou te deixar sozinha para ir a outro lugar. — Ele diz colocando o edredom sobre o meu corpo. — Volto correndo tá?!

Balanço a cabeça em afirmativo e o vejo sair pela porta.
Por alguns instantes nossa conversa pareceu uma conversa de um anime shoujo, todo clichêzinho do jeito que a nossa inocência adora.
Aí!
A dor retorna fina e chata novamente.
Será cólica? Não. Não fazem nem dez dias que a minha menstruação foi embora então, essa ideia está descartada.
Apendicite? Talvez. Gastrite? Talvez. Vermes?! Talvez. Sorrio comigo mesma escutando a voz da minha mãe na minha cabeça 'eu te avisei para tomar os remédios de verme!'

O Nascimento De Um Erro FrancêsWhere stories live. Discover now