Capítulo XXIV

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E como a noite de sábado, assim passamos o domingo todo dentro de casa assistindo a filmes de comédia romântica a contra gosto do jovem mestiço asiático que fiz de companheiro de uma fossa criada por mim mesma.

Me entupi de sorvetes e de todo o tipo de outras porcarias calóricas possíveis.
A minha aparência? Só Deus sabe como ela está agora, por que, ainda não tive se quer a decência e a coragem para ir me  olhar em um espelho. Sim, tenho muito medo de ver a imagem de como estou completamente derrotada nesse momento.
Medo de me auto desaprovar fisicamente.

Pelo menos Joe parecia não se importar com ela, já que, ficou ao meu lado o tempo todo.

E quando chegou o momento de ir me preparar para ir para o internato, meu corpo simplesmente se negou a sair do aconchego que nem se quer era meu. Sou muito estranha, como posso me apegar e me acostumar a um lugar e a coisas que não são minhas em menos de vinte e quatro horas?!

Joe foi muito atencioso.
Sou muito sortuda por o ter ao meu lado como amigo.

....

A semana se passou de forma lenta e dolorida. Parecia que todo o meu corpo estava em pedaços, nada nem ninguém me interessava e tudo e todos eram entediantes. Parecia que eu não estava ali, somente o meu corpo.
Um zumbi.
Descrição mais perfeita não existe.
Kevin as vezes me mandava mensagens, mas, estava muito ocupada fazendo várias nadas para o responder... De qualquer forma, ele será de outra mesmo, só estou antecipando o resultado final. Sim, estou desistindo do meu doloroso primeiro amor.

Ah! Como dói...

O vazio no peito continuou por semanas seguidas, nem ao menos me concentrar para as provas eu consegui. Nos ensaios da banda mal aparecia, e quando ia era somente para fazer presença pois, se tiver mais de três faltas a sua vaga vai automática para outra pessoa na fila de espera.
Vamos sofrer?! Vamos, mas, de forma consciente pelo amor.

....

— Você está doente? — Amanda pergunta ao me ver deitada no chão do nosso quarto assim que sai do banheiro. — Você parece murcha a mais de um mês. — Diz procurando por seu pijama. — Não é da minha conta, mas, a sua feiúra só tem aumentado, caso não tenha percebido, você está muito magra.

— Feiúra? — Pergunto de olhos fechados sentindo o chão frio por debaixo das minhas costas.

— Sim né, olha pra você, nem os zumbis do The Walking Dead são tão acabados como você! Sério mesmo, você anda pelo internato como se não estivesse aqui, só o seu corpo, uma alma peranbulante sem vida. — Diz secando o cabelo. — Amiga, não é querendo te destruir bem mais do que você já está, mas, seja o que for que te matou, ou tentou te matar, já passou da hora de reagir porque se continuar assim, você terá um colapso a qualquer hora e você tá muito longe de casa pra ficar doente de verdade.

Ela suspira.

— Mas como eu disse, não é da minha conta.

Finaliza se deitando.

Por um lado eu sei que ela tem razão, só que, não é uma coisa que eu consiga controlar, porque acreditem, se eu conseguisse controlar a minha tristeza, jamais estaria chorando por um garoto dois anos mais velho do que eu que nem tem a quantidade de dinheiro que esses outros garotos residentes do infernato possuem e que são possíveis pretendentes futuros.

Mas, cá estou eu sofrendo e sofrendo.

Eu sei que ela tem razão e suas palavras foram necessárias.
Respirei fundo, fui ao banheiro, lavei o meu rosto e decidi colocar uma leg térmica de corrida e uma jaqueta corta vento roubada do meu mais novo amigo e fui correr.
Sim. Fui atrás do hormônio da felicidade nesse frio de tremer os ossos.

O Nascimento De Um Erro FrancêsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora