10. Amanda

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Na quinta-feira, o Antônio precisou fazer uma pequena viagem para São Paulo. Aproveito para organizar minha agenda e fazer um passeio com a Maricota, Roberta e o Mateus. Resolvemos ir ao clube no qual a Roberta é sócia.

- Queria poder pegar um sol de verdade como você, se eu faço isso fico toda queimada - comento com a Roberta, que está com a espreguiçadeira no sol, enquanto a minha está na sombra de um guarda sol.

- Acho que com a proteção certa você consegue queimar na medida, quer ajuda?

E ela me ajuda a passar uma quantidade absurda de protetor solar e bronzeador. No final, consigo pegar uma marquinha e fico feliz como uma boba.

Estamos almoçando quando Antônio liga.

- Como está a mulher da minha vida? - pergunta com a voz quase miando.

- Almoçando com a sua família e totalmente bronzeada.

- Eu amei as fotos que postou, mas gosto de ter aquela visão só pra mim.

- Já chegou no hotel? - pergunto resolvendo ignorar.

- Estou hospedado na casa da Thais, não te falei?

- Não Antônio, você não falou.

- Quando comentei que estaria por aqui ela me fez o convite - fala com medo, por que sabe que pisou na bola.

- A Thais é aquela que você ficou, antes de resolver tornar ela uma grande amiga?

- Pequena... - não quero mais saber e tentando me controlar e ser o mais racional possível, resolvo encerrar a chamada.

- Faça uma boa viagem Antônio - e desligo, completamente chateada.

O celular não para de tocar e eu resolvo desligar. Não contente, ele começa a ligar para a Roberta.

- Fala cunhado - ela atende.

Faz sinal perguntando se eu quero atender e eu nego fazendo um sinal com a cabeça. Ela escuta por vários segundos o que ele fala.

- Acho que a Amanda foi calma o suficiente, por que se fosse o Mário eu já estaria com uma enorme faca, pronta para arrancar as bolas dele. Não fode Júnior - fala realmente zangada e desliga. - Como você está com isso?

- Chateada?, não sei. É fácil pedir confiança, mas se fosse ele já teria explodido como uma bomba nuclear - confesso.

- Você está certa, completamente. A Thais tem "grandes planos" e o Antônio às vezes parece muito ingênuo para a idade que tem - ela fala dando ênfase nos grandes planos apontando para os seios, enfatizando exatamente o que eu penso.

- É por isso que chateia. Todo mundo sabe como ela o enxerga. O fato dele nao ter me falado antes também foi péssimo.

O celular dela toca.

- Oi amor - ouve atentamente o que o Dindinho fala e rebate - pois o Júnior precisa aprender muitas coisas antes de ficar enchendo a porra do saco. Manda ele te falar primeiro por que eu e ela desligamos, se você ficar defendendo quem vai levar um esporro é você - termina de falar e encerra a ligação e sem querer ser perturbada, desliga o aparelho.

- Obrigada, mas não precisa brigar com o Dindinho por minha causa.

- Ele defende o Júnior com unhas e dentes. Mas as vezes me estressa. Júnior não é mais criança Amanda, ele sabe que errou e um simples "me desculpe" não tem que ser sempre a solução.

Concordo com ela, por que é exatamente o que eu penso.

Ficamos no clube até o final da tarde e quando ela me deixa na porta do meu apartamento, me convida para jantar na casa dela. Aceito e me despeço.

À noite, no horário combinado chego na casa deles. A Maricota atende à porta.

- Você está linda titia - elogia enquanto me dá um enorme abraço.

- Obrigada princesa, você também está linda, amei o cabelo.

Mário vem andando pelo corredor até mim.

- Desculpa por mais cedo, eu ainda não sabia toda a história - me abraça apertado e dá um beijo na minha testa - mas acho que você deveria religar seu celular, ele está arrependido.

- Se eu vim até aqui pra você ficar defendendo seu irmão, eu vou dar meia volta e vou embora. Se fosse eu, a Terceira, Quarta e Quinta Guerra já teriam começado.

- Tem razão, me desculpe. Vamos jantar?, já está tudo pronto.

Jantamos e depois, passamos um tempo brincando e jogando vídeo game. Eu amava aquela família com todo meu coração. Já de madrugada resolvo ir embora, mesmo com a insistência deles para que eu dormisse ali.

Quando chego em casa, pego o celular e resolvo ligar. Assim que reinicia, várias mensagens e notificações começam a chegar.

"Amor, fala comigo"

" Me perdoa, esqueci de falar".

" Pequena, estou indo para um hotel agora".

" Amor, por favor, me perdoa, sei que errei".

Tinham setenta e nove ligações perdidas e oito recados na caixa postal. Maluco. Antônio era completamente louco.

Prestes a responder uma mensagem, o celular toca. Resolvo atender.

- Pequena, até que enfim. Me desculpa, por favor. Eu tentei cancelar aqui e pegar um voo de volta, mas a multa do contrato era muito alta. Eu saí da casa dela e vim pra um hotel na mesma hora. Te mandei os vídeos, te mandei mensagem, mas você não quer falar comigo. Eu estou desesperado... - fala completamente afobado.

- Antônio. Respira. - peço, por que ele está muito acelerado e parece estar a ponto de ter um piripaque.

Ele respira fundo várias vezes do outro lado da linha. Até que consegue se acalmar.

- Me fala que está tudo bem entre a gente - pede.

- Você sabe que não está. Você pisou na bola feio dessa vez e eu não vou ficar aceitando desculpa o tempo inteiro como se resolvesse.

- Pequena. Por favor, não aconteceu nada. Nunca vai acontecer.

- Não interessa agora. Você deveria ter me falado antes de ir. Sua atitude abre margem pra muita coisa. Mas agora eu só estou afim de dormir. Boa viagem Antônio, a gente se fala depois. Boa noite.

Faz-se um longo silêncio, até que ele aceita o meu pedido.

- Boa noite pequena. Eu te amo, me desculpa.

Desligo. Um pedido de desculpas nesse momento não vai resolver a minha chateação. Resolvo dormir, é o melhor a se fazer agora.

Curtam e engajem muito. Estou me esforçando pra trazer capítulos todos os dias para vocês, mesmo com a correria do trabalho de mais de dez horas diárias. Valorizem a autora aqui, deixa o like e se possível um comentário vai! Beijos 💋

DocShoe - Você pra sempreWhere stories live. Discover now