21. Antônio

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Às 05h15 meu despertador toca. Levanto animado, mas faço o mínimo possível de barulho para não acordá-la. Tomo um banho, pego meus equipamentos e quando estou saindo do quarto, ela me chama.

- Amor?

- Oi pequena.

- Boa sorte hoje. Desejo um ótimo preparo e estaremos lá na hora da luta. Eu te amo.

- Te amo pequena.

- Traga esse cinturão pra casa.

- Pode deixar campeã. Até mais tarde.

Beijo sua testa e saio de casa.

O dia é longo, e quanto mais coisas eu faço, mais parece que a hora não passa.

O dia é focado em recuperar o peso que precisei perder para as pesagens oficiais.

Me sinto um pouco ansioso, mas por fim, chega a hora da luta.

Quando meu nome é anunciado, percorro todo o caminho para o Cage a procurando.

Vejo sua cabeleira loira na primeira fileira, usando uma camiseta personalizada junto à nossa família.

Me emociono. Entro no octógono e mando um beijo pra ela, que sorri de orelha à orelha.

Depois das apresentações, a luta começa, e o primeiro round é muito difícil. O meu oponente não abaixa a guarda em nenhum momento, e lutamos de igual pra igual, equilibrando bastante a luta.

No segundo round, ambos batemos e apanhamos muito, mas levo uma pequena vantagem quando consigo desferir alguns socos que o deixam desnorteado demais.

No terceiro round, me aproveitando da vantagem que consegui no tempo anterior, em uma pequena distração o imobilizo e segundos depois ele bate com a mão no chão do octógono, indicando que aceita a derrota.

Quando meu nome é anunciado, vibro de felicidade, subo nas grades do Cage e grito enlouquecido para minha mulher.

- Ganheeiiiii amor. É nosso. Te amo.

- Sapato. Sapato. Sapato - a plateia grita em coro, enquanto olho pra toda minha família que se abraça e comemora como se a vitória fosse deles.

Minha pequena está chorando, e eu quero ir até ela abraçá-la, mas preciso cumprir os protocolos e volto para o meio da arena, onde o árbitro se encontra.

Depois de cumprir todo o protocolo, recebo em mãos o cinturão e o card do cheque de dois milhões de dólares.

Me sinto em êxtase e desço para comemorar junto da minha família. Abraço todo mundo e minha mulher fica por último, está sentada, chorando muito.

- Mas pequena. Por que você está assim?

- Eu só estou muito feliz por você. Por toda a nossa família estar aqui. Te amo muito.

- Eu te amo. Essa vitória é nossa.

Eu a beijo, e seus lábios estão macios e molhados do choro.

- Esses machucados no seu rosto precisam de um curativo.

- O que seria de mim sem minha médica particular? - a envolvo com meus braços, me sentindo cada dia mais apaixonado por ela.

Quando vou a beijar de novo, meu sogro arranha a garganta fazendo um enorme ruído. Todos começamos a rir.

Chegamos em casa e há uma enorme recepção preparada no jardim. Com luzes, churrasqueira, piscina e tudo que temos direito.

Todos os meus amigos estão aqui. Nossas famílias, que agora se tornaram uma só, e a mais importante, minha pequena.

DocShoe - Você pra sempreWhere stories live. Discover now