31. Holiday

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Era estranho voltar a Lansing.

Não um estranho ruim, claro que não, afinal aquela era a cidade onde seus pais nasceram e que sua avó e tia moravam, porém ainda sim, era diferente. Por muito tempo, os adolescentes Sully consideravam Lansing sua segunda casa, mesmo estando muitas horas de distância da montanha em que viviam, a casa da sua avó sempre foi inacreditavelmente confortável e acolhedora.

Porém, compartilhando o sentimento de estranheza, os três sentiram saudade da praia e dos habitantes do Hawaii por aqueles dias em que passaram junto da família. De qualquer forma era bom estar de volta, ver a neve, sentir o frio que sempre era tão associado ao Natal e estar com toda a família reunida novamente.

Compartilhando histórias de como aqueles últimos meses foram e indo a locais que faziam anos que não iam, os irmãos Sully passaram aqueles dias de feriado ocupados e longe do celular. Eram raros os momentos em que eles conseguiam trocar mensagens com os havaianos que ficaram na ilha, já que a família e as atividades natalinas estavam consumindo suas atenções.

— Vocês tem certeza que vão voltar antes? Faz tanto tempo que vocês não ficam com a gente — uma mulher negra e com uma idade avançada se escora no batente do antigo quarto de Neytiri. As paredes pintadas de um verde clarinho e decorada com quadros da natureza e alguns insentários pregados na parede com borboletas e besouros por lá e por cá. Antes, possuía apenas uma cama de solteira, onde Neytiri dormia, porém com a vinda de Kiri para a família Sully não muitos meses depois do nascimento de Neteyam, Mo'at decidiu modificar algumas coisas naquele cômodo, colocando quantas camas foram necessárias para a estadia dos netos.

— Eu sei, vovó — Kiri diz com uma pontada de culpa no peito, sentada na cama que sempre tomou como sua. A sua mala estava aberta à frente de seus pés e uma camiseta simples estava no colo da garota, enquanto ela a dobrava com pouca paciência — Mas temos compromisso na escola.

— Nós prometemos que no próximo feriado, nós voltamos e ficamos o máximo de tempo possível — é Neteyam quem diz isso, fechando a mochila e se colocando de pé. Um sorriso largo e acolhedor se abre nos lábios de Mo'at. Seus netos haviam crescido tanto, estavam tão maduros, seu coração estava em paz, quentinho com a visão deles lidando com as próprias responsabilidades.

— Mas eu vou ficar, vovó — a voz de Tuk diz, ecoando pelo corredor nas costas da senhora, que vira a cabeça a tempo de ver a garotinha saltitar em sua direção com um pedaço de rabanada entre os dentes.

A mulher ri da cena, virando o corpo completamente para a pequena e curvando o corpo, ela alisa o rosto sujo de açúcar da neta mais nova. Os olhos gentis de Mo'at foram herdados por Neytiri e Neteyam sempre achava incrível a semelhança nos pequenos detalhes que as duas mulheres carregavam.

— Que bom que vai ficar, minha Tuk — a mais velha diz, com a costas já totalmente ereta — Alguém precisa estar aqui para experimentar o recheio da minha torta de abóbora.

Tuk comemora, feliz por ser a única que iria comer o recheio da torta antes da mesma ir para a mesa de jantar de Ano Novo. Quase como um costume de família, Mo'at sempre entregava colheres generosas aos netos para eles experimentarem os recheios e caldas que iriam nos pratos do jantar de Ano Novo.

No dia seguinte, ainda no período da manhã, Neytiri iria levar as crianças até o aeroporto e eles viajaram sozinhos até o Hawaii, carregando uma autorização escrita de próprio punho e assinada pelos dois responsáveis dos adolescentes. Jake havia pedido para alguns vizinhos ficarem de olho nos filhos - obviamente Tonowari havia se prontificado se responsabilizando pela noite de Ano Novo dos três, assim como Tsu'tey havia se candidatado a buscá-los no aeroporto no dia 27.

𝐀 𝐍𝐄𝐖 𝐇𝐎𝐌𝐄 | avatarWhere stories live. Discover now