32. Hula

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O luau não aconteceria no colégio por algumas questões. A principal delas foram os votos quase que unânimes dos alunos do grêmio estudantil sobre a preferência a uma praia do que a quadra fedorenta do colégio Awa'atlu. Por isso, o caminho que Aonung fez em direção ao luau foi um pouco diferente do que os Sully estavam habituados quando iam para a escola, rendendo perguntas curiosas de Lo'ak e Kiri para o piloto.

— Mesmo sendo uma praia pública, o colégio conseguiu fechar por algumas horas um pedaço da praia de Pandora — Aonung explica. A praia de Pandora era conhecida entre os habitantes da região sul da ilha pela falta de ondas e pela cor clara da areia, sendo o local perfeito para realizar um luau com adolescentes. Uma música baixa tocava no rádio, porém graças a conversa entre os Sully e os Awa'atlu, ninguém conseguiria dizer precisamente qual música era aquela. Eles estavam distraídos com suas próprias vozes para lembrar que o rádio ainda estava ligado.

— O luau vai até que horas mesmo? — Kiri questiona, tombando a cabeça para o lado, encostando-a na janela fechada do Jeep.

— No convite sempre diz que vai até às 22h — Tsireya é quem responde — Mas no último ano, o pessoal começou a ir embora lá pelas três da manhã.

Não demorou para que todos vissem uma quantidade considerável de carros estacionados nas proximidades da orla da praia e encontrando uma vaga para o seu próprio veículo, Aonung não tardou a desligar o Jeep e descer do carro sendo imitado por todos os outros adolescentes. O som de música tipicamente havaiana tocava ao fundo e dando poucos passos em direção a areia, todos foram capazes de ver o local arrumado pelo grêmio estudantil.

O lugar estava decorado por flores típicas, ramos de bananeira e luzes brancas de pisca-pisca. Mesas redondas afundadas a areia e algumas cadeiras estavam espalhadas por todo o perimetro e não muito longe de onde os cinco adolescentes estavam, havia uma mesa longa e repleta de comida, todas elas típicas da ilha. Um palco baixo foi instalado a frente das mesas, logo a frente do mar e se despedindo dos demais, Tsireya diz que precisava ir até suas amigas para se preparar para a dança.

— Nos vemos depois? — Lo'ak segura a mão da garota, beijando o rosto dela de forma discreta, enquanto Kiri, Neteyam e Aonung iam em direção a uma mesa vazia.

— Claro, quando as apresentações acabarem eu sento com vocês — Tsireya diz animada, o sorriso estonteante tirando o ar do Sully mais novo. Ele balança a cabeça em concordância e solta sua mão, vendo-a ir animada até o palco onde já tinha algumas garotas conversando em cima dele.

Andando em direção ao local onde seus irmãos e Aonung estava, Lo'ak pode ver três figuras se aproximarem. Uma delas sorridente, vindo sozinha de um canto da praia, com uma blusa igualmente florida como os outros garotos, já as outras duas figuras desprezíveis, estavam juntas vindo do lado oposto, caminhando em direção a mesa como duas raposas.

— Aonung! — Nash'vi berra com o queixo erguido e os olhos fixos no Awa'atlu sentado à mesa. Ao lado dele, Koro tem um sorriso largo e maldoso, encarando principalmente a irmã mais velha dos Sully, como se estivesse pronto para xinga-la mais uma vez — O que você tá fazendo de novo com esses esquisitinhos de merda?

O pensamento de dizer "estou com meu namorado" passa como um carro de fórmula 1 pela mente de Aonung, porém haviam alguns detalhes importantes naquela frase. Eles nunca definiram o relacionamento deles, tão pouco poderia dizer que Neteyam é seu namorado de forma tão simples quando o garoto não sabia nem mesmo se era gay.

— Primeiro que não é da sua conta com quem eu ando ou deixo de andar, Nash'vi — Aonung empluma o peito olhando o amigo com os olhos o desafiando a continuar a falar qualquer merda. Rotxo, nesse momento, chega à mesa, sentando-se ao lado de Kiri e lhe dando um selinho de cumprimento, que não foi despercebido pelos olhos maldosos de Koro.

𝐀 𝐍𝐄𝐖 𝐇𝐎𝐌𝐄 | avatarWhere stories live. Discover now