Capítulo 5♠️

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Intercalar entre o quarto e aquela sacada de onde ele não poderia pular e voar foi o que Rune fez por semanas, a única tortura eram as provocações insuportáveis da vilã.

Em outras circunstâncias Rune se pegou pensando se ela não fosse uma vilã, com todas aquelas provocações já teria acontecido algo entre eles, ou ele está louco demais.

As perturbações dela andam fazendo efeito.

A porta se abriu e ele ergueu a cabeça deitado na cama.

— Como está hoje? Herói.

— Com a mesma vontade de lhe matar.

— Mas você também estava com essa vontade ontem, e anteontem, e depois de anteontem... —ela disse— vamos atualizar esses sentimentos.

Ela surgiu sentada no sofá do quarto se espreguiçando como uma gata.

— Cansou de torturar almas hoje? -Rune a encara com cautela.

Ela o olha.

— Tenho mais o que fazer, não cuido nem da minha. -ela disse.

Silêncio.

— Sabe? Você me chama de vilã e é extremamente excitante, não posso negar, mas.. você não parou para ver melhor, talvez esse seja o real mal. -disse ela.

Rune a encara.

— Como está sua asa? -ela pergunta.

Suas asas farfalham e ela as observa, estava melhor, não doía mais porém não poderia voar ainda.

— Acho que está bem para um passeio a pé. -fala.

— Não vou a lugar nenhum com você. -ele disse.

Ela fez bico.

— Ah... Mas, não quer ver como eu torturo as pessoas? -pergunta.

Um estalo e um fio de ouro surgiu amarrado a seu pulso, do outro lado a ponta do fio surgiu presa ao pulso da mulher.

— O que é isso? -ele rosna.

— Algemas, ué. —ela cantarola— elas contém as suas mágicas pavon e um pouco da sua força física, não que eu não consiga lidar com você, mas...

Ela se ergue e com um puxão ele caiu da cama sentado no chão.

Ele rosna e ela puxou, ele foi obrigado a seguí-la, sendo arrastado como um cão pelo fio de ouro.

Ela o puxou pelas escadas ouvindo os protestos do enorme guerreiro.
Eles pararam na porta enfeitiçada e ela olhou para Rune.

Um estalo dos seus dedos e ele sentiu um véu de magia cair sob eles.

— Estamos invisíveis.

— Medo de seus bichinhos saberem que não estou preso? -o guerreiro provoca.

Ela sorriu arrogante.

— Nenhum pouco mas não quero que alguém te veja e.... Suponho que eu conversar sozinha pelas ruas não seja muito normal. -fala.

Ruas?

O feitiço da porta caiu e ela foi aberta, vento brevemente com aroma de oceano tomou as narinas do guerreiro e ele pôde enxergar a luz.

— Há montanhas e mar. -ele murmura.

Ela o puxa pela fora e ele a segue.
Percebeu, a casa é em cima de uma montanha, uma rocha, logo abaixo ele pôde ver uma enorme árvore com um gongo dourado que citilava sob os raios do Sol.

Casas estavam construídas em cima de árvores, pedras, cavidades, nas paredes de rocha.

Ele olha para aquilo em silêncio até que a mulher ao seu lado o tirou de seus devaneios.

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