Capítulo 15♠️

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Rune negou com a cabeça e olhou para a janela depois de horas refletindo, ele tinha uma ameaça como parceira, uma ameaça que seu rei queria eliminar.

E ela atacava com anfico o que ele por séculos protege, vários de seus homens foram mortos por ela e por suas criaturas.

Ele pôs na balança, o que doeria mais? O laço quando ela morresse ou várias mortes por culpa dele estar protegendo ela? O peso da província afundou a balança.

Ela é má e cruel, e não hesitaria em cravar uma lâmina em seu coração.

Ele fechou os olhos com pesar, ele sentiria dor, muita dor, mas era necessário, talvez ele nunca se perdoasse, pela eternidade, mas ele fez um juramento e deve honrar o manto branco que veste.

Ele juntou as mãos, havia um modo de matá-la sem culpa, se ele voltasse no tempo, uma travessia temporal iria exigir muito de sua mágica pavon, mas em dias ele estaria bem.

Não eram muitos que sabiam sobre aquele seu  poder de viajar entre o tempo, apenas Harvey, Flynn e sua prima, e com o passar dos séculos ele conseguiu aprimorar e dominar aquele dom.

Ele inspirou fundo. Trovão ronronou em suas palmas que suaram e se encheram de eletricidade, e então, ele sumiu. Seu corpo flutuou no tempo, no espaço, no olho do furacão.

Ele via várias imagens do decorrer dos séculos naquele tornado, milhares delas, foi quando ele foi puxado fortemente para baixo e ele atingiu o chão.

Os pés de Rune tocam finalmente o chão e ele pode soltar a sua respiração que prendia, ele olha em volta conformando que havia conseguido, ele havia voltado no tempo, voltado ao passado.

Ele está diante de uma casa simples mas bonita, aos pés da casa há flores coloridas do campo.

— Estou há quinhentos anos antes da conquista. -Rune sussurra olhando em volta maravilhado.

Ele ouve risadas e olha adiante, então vê, uma bela garotinha de cabelos pretos acinzentados e olhos azuis violetas que pareciam vidro, pele parda com poucas sardas nas maçãs do rosto.

Ele pisca e inclina a cabeça, era a vilã, ele está diante da vilã quando era criança, diante de Rysandra.

Ele puxou a sua espada e caminhou até a garotinha que corria atrás de uma borboleta.

Então um som de vidro quebrando e os dois se viraram para a casa.

— Quem é você? -uma voz delicada e infantil soou atrás dele.

Rune se vira para olhar aqueles olhos azuis violetas que o encaravam curiosos por baixo dos cílios longos.

— Eu...

Outro som de vidro e a garotinha sua casa.

— Não pode sair para outra missão! Vai nos deixar sozinhas outra vez? Isso não é justo! -uma voz feminina grita da casa.

A garotinha se encolhe e corre até um anotoado de feno, se escondendo atrás dele.

Ela tapa os ouvidos e Rune inclina a cabeça, era muito estranho ver a vilã com medo, mas ele tinha que levar em conta que ali ela era uma criança.

Ele caminha até ela vendo um homem sair de dentro da casa vestido em uma armadura brilhante.

— É meu dever como defensor da cidade, o meu dever está acima de tudo. -ele disse.

— Até de nós? -a mulher saiu para fora, o olhando com dor.

O homem se vira e a encara por um bom tempo.

— Seu pai é um herói... -Rune murmura olhando a cena.

Ele se agacha diante da garota e ergue a espada, tinha que acabar com o mau pela raíz, mantando-a agora no futuro eles não teriam mais problemas com ela.

Ele olha então naqueles grandes e brilhantes olhos azuis violetas assustados e se vê perguntando para ela.

— O que você quer ser?

A garotinha tentou não prestar atenção na discussão dos pais e sussurrou.

— Eu quero ser boa.

Rune ergueu a espada pronto para matá-la quando algo em seu peito o fez largar a espada no chão, ele levou uma mão ao rosto e negou.

— Não posso fazer isso. —sussurra— não posso.

Foi quando um estrondo soou e ele ergueu a cabeça de imediato, criaturas lutavam contra o herói de armadura e o corpo da mulher estava no chão, morta.

— Mamãe? -a garotinha chama baixinho.

— Não olhe. —Rune fica diante da visão da menina rapidamente— por favor, não olhe para lá.

Ela o encara assustada e então uma mão a puxou.

Ela gritou e Rune se ergueu, só a menina poderia o ver.

Um homem encapuzado de olhos cinzentos encara o herói, com Rysandra sendo segurada pelo braço por ele.

— Herói! Veja só o que encontrei. -ele disse.

— Papai! -a menina soluça tentando se libertar.

— Rysandra! -o Herói decepou a cabeça de seus inimigos mas eram muitos.

— É o tão honrado herói, mas será que tem toda essa honra? -o vilão questiona.

Ele ergue o braço da menina que chora.

— Escolha, a cidade ou a sua amada filha.

Rune encara hora o vilão com a garotinha a sua mercê e hora o herói cercado de inimigos, mas não acredito no que ouviu.

— A cidade.

Rune travou, silêncio pairou se não pelo choro da garotinha.

O que??

O vilão encara o herói com uma espécie de choque e estala a língua negando com a cabeça.

— Ridículo.

As criaturas saltaram em cima do herói que lutava bravamente, o vilão se virou agora segurando a mão da garotinha.

— Papai. -ela chorou olhando para trás.

— Venha comigo, doce criança... Aqui não é o seu lar.

E eles sumiram em meio as sombras.
Rune encara o lugar do qual eles sumiram e em minutos ele estava de volta a sua casa, olhando para a lareira em choque.

— Você teve motivos... -ele sussurou.

Ele encara o fogo.

— Você não nasceu má, a vida que te deixou assim.

E ali ele se questionou, o vilão realmente era vilão? Ou estava tudo apenas sendo contado pela narrativa gloriosa do herói?

*Até o próximo capítulo, deixem seu comentário e seu voto pfvr ❤️*.

Entre Heróis E Vilões Where stories live. Discover now