O guerreiro havia visto de tudo, e custaria a admitir em voz alta, mas aquele lugar secreto o encantou.
— O que é aquela nuvem de chuva? -ele aponta com a cabeça para o mar aberto, ao longe um amotoado de nuvens escuras.
— Tempestades. —ela disse— a nossa proteção, ninguém consegue passar por aquilo além de nós, voando ou navegando os de fora morrerão em poucos minutos embaixo de raios e então irão naufragar em pedras pontudas dentro do mar.
Ele a olha.
— Por que proteger isso? Há um motivo para tanta proteção. -ele disse desconfiado.
— Olhe ao nosso redor, de tudo o que mostrei, não acha que esse lugar merece ser um segredo bem protegido? —ela pergunta— o que tem de especial aqui são as pessoas e a paz, nada além disso.
— Esse tribunal é antigo. -ele deduz.
— De fato, tem alguns séculos nas costas. —os olhos da mulher cintilam— de muito sangue, sonhos e sofrimento.
— Quem é o governante?
Ela o encara como se ele fosse um idiota.
— Eu preciso responder isso? -pergunta.
Estava na cara que ela governava aquilo tudo.
Ela andou e ele bufou a seguindo.
Quando eles voltaram para aquela casa, ela ainda não o havia soltado da corrente e ele estava para explodir com aquilo.
— É incrível como você não mudou desde a última vez que nos vimos. -ela disse.
— Eu não a vi. -ele disse sério mas em sua cabeça ele estava confuso.
— Mas eu te vi muito bem naquela guerra. —ela disse olhando algo pela janela, estão na grande biblioteca da casa, a qual Rune havia descoberto um tempo depois— impressionante, de fato.
— Vai me soltar dessas correntes? -ele pergunta.
Ela o olha.
— Não sei, está divertido demais te ver com essa cara de bunda. -ela riu.
Ele grunhiu e com um puxão na corrente ele a trouxe para si, o contato repentino a fez ficar surpresa por alguns segundos até ela voltar ao normal.
Rune olha no fundo dos olhos da mulher e foi como se ele pudesse mergulhar ali dentro.
— Eu não trago nenhum tipo de vantagem a você, por que me mantém aqui? -pergunta ele de forma fria.
— Quando eu te responder isso, eu o mandarei de volta para lá e seguirei com o plano de destruir o seu rei. -ela disse.
— Então diga, agora. -rosna.
Ela olha para ele por longos segundos, os traços bonitos, fortes e um pouco selvagens do rosto do guerreiro a tiraram do mundo por alguns segundos, até ela retornar.
— Sabe o que é isso?
Ele sente um puxão, como uma linha de pesca amarrada ao seu peito, ele leva a mão ali dando um passo para trás de surpresa.
Ele olha para a mulher e em seguida mais dois puxões, sua visão piscou e ele por uma fração de segundos enxergou um fino fio dourado que se estendia dele até a outra ponta, onde estava a mulher.
Aquilo sumiu e seu olhar agora era amedrontado para ela.
— Não, isso não pode ser. -ele nega.
Ela riu, quase sem emoção.
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Entre Heróis E Vilões
FantasyEm um mundo de heróis e vilões, Rune, um poderoso general dos exércitos do rei de sua província tenta eliminar a ameaça de uma vilã implacável, mas o percurso muda ao descobrir o que o liga a aquela mulher, e então ele passa a lutar contra o dever d...