Capítulo 6♠️

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O guerreiro havia visto de tudo, e custaria a admitir em voz alta, mas aquele lugar secreto o encantou.

— O que é aquela nuvem de chuva? -ele aponta com a cabeça para o mar aberto, ao longe um amotoado de nuvens escuras.

— Tempestades. —ela disse— a nossa proteção, ninguém consegue passar por aquilo além de nós, voando ou navegando os de fora morrerão em poucos minutos embaixo de raios e então irão naufragar em pedras pontudas dentro do mar.

Ele a olha.

— Por que proteger isso? Há um motivo para tanta proteção. -ele disse desconfiado.

— Olhe ao nosso redor, de tudo o que mostrei, não acha que esse lugar merece ser um segredo bem protegido? —ela pergunta— o que tem de especial aqui são as pessoas e a paz, nada além disso.

— Esse tribunal é antigo. -ele deduz.

— De fato, tem alguns séculos nas costas. —os olhos da mulher cintilam— de muito sangue, sonhos e sofrimento.

— Quem é o governante?

Ela o encara como se ele fosse um idiota.

— Eu preciso responder isso? -pergunta.

Estava na cara que ela governava aquilo tudo.

Ela andou e ele bufou a seguindo.

Quando eles voltaram para aquela casa, ela ainda não o havia soltado da corrente e ele estava para explodir com aquilo.

— É incrível como você não mudou desde a última vez que nos vimos. -ela disse.

— Eu não a vi. -ele disse sério mas em sua cabeça ele estava confuso.

— Mas eu te vi muito bem naquela guerra. —ela disse olhando algo pela janela, estão na grande biblioteca da casa, a qual Rune havia descoberto um tempo depois— impressionante, de fato.

— Vai me soltar dessas correntes? -ele pergunta.

Ela o olha.

— Não sei, está divertido demais te ver com essa cara de bunda. -ela riu.

Ele grunhiu e com um puxão na corrente ele a trouxe para si, o contato repentino a fez ficar surpresa por alguns segundos até ela voltar ao normal.

Rune olha no fundo dos olhos da mulher e foi como se ele pudesse mergulhar ali dentro.

— Eu não trago nenhum tipo de vantagem a você, por que me mantém aqui? -pergunta ele de forma fria.

— Quando eu te responder isso, eu o mandarei de volta para lá e seguirei com o plano de destruir o seu rei. -ela disse.

— Então diga, agora. -rosna.

Ela olha para ele por longos segundos, os traços bonitos, fortes e um pouco selvagens do rosto do guerreiro a tiraram do mundo por alguns segundos, até ela retornar.

— Sabe o que é isso?

Ele sente um puxão, como uma linha de pesca amarrada ao seu peito, ele leva a mão ali dando um passo para trás de surpresa.

Ele olha para a mulher e em seguida mais dois puxões, sua visão piscou e ele por uma fração de segundos enxergou um fino fio dourado que se estendia dele até a outra ponta, onde estava a mulher.

Aquilo sumiu e seu olhar agora era amedrontado para ela.

— Não, isso não pode ser. -ele nega.

Ela riu, quase sem emoção.

Entre Heróis E Vilões Where stories live. Discover now