Capítulo 7♠️

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— Não vi muito daquela fortaleza, fiquei em uma cela escura, sem janelas, não conseguia enxergar nem mesmo às minhas mãos. -disse Rune.

Ele estava se sentindo imundo, sujo e putrico por estar mentindo na cara de seu rei.

— Você não conseguiu ver nada quando fugiu? -o rei bate os dedos uns nos outros.

— Não, majestade, as criaturas estavam atrás de mim e minha asa ainda não estava completamente curada. -ele responde.

Ainda bem que tirou o curativo que a mulher fizera nela.

— Então como vôo até aqui? -O rei o olha desconfiado.

— Eu atravessei.

O rei trava.

— Atravessou? —o rei o olha surpreso— como consegui despertar o dom de atravessar?Apenas os com sangue feérico ou com magia forte o suficiente conseguem.

— Eu não sei como consegui. —Rune mentiu outra vez— em um segundo estava fugindo das criaturas desesperado, e então no outro eu já estava aqui, havia pensado no castelo, na província.

— Interessante. —o rei o analisa— teremos que rever isso depois.

— Sim, majestade. -ele responde.

— Por agora, descanse, está dispensado. -ele acena com a mão.

Rune se ergueu da cadeira e fez uma reverência antes de dar às costas ao rei.

— Iremos matá-la em breve, general. -disse o rei o fazendo parar o seu percuso próximo a porta.

Rune esperou.

— Já temos um meio de pegar aquela maldita.

E com isso Rune saiu da sala, um meio, que meio seria esse? Se fosse para ele saber o rei já teria o contado ali mesmo.
Ele teria que sabotar aquele meio o mais rápido possível.

Era incrível, como em outras circunstâncias o seu maior desejo era matar a vilã, mas agora ele tinha que protegê-la, pois ela é sua igual.

Ele odiava aquilo, odiava com todo o seu ser.

Ela o mandou de volta após revelar tudo, ele não poderia se manter longe dela agora mas eles não haviam se vinculado, caso tivessem, seria impossível Rune sair de perto dela, e ela sabia daquilo.

Qual é o intuito dela o mandando de volta? Deixá-lo mais confuso com aquele quebra cabeça cheio de peças sem sentido?

....

— Come alguma coisa. -incentivou Flynn.

— Deve repor o que não comeu naquele lugar horrível. -Harvey disse.

Rune estava ocupado demais tentando de alguma forma cutucar aquele curioso fio em sua mente, e ele havia comido e fingido estar com uma fome de um leão, mesmo não tendo perdido peso nenhum pois ele comia muito bem no tribunal da tempestade.

— Cara, deveria comer, parece abatido. —Flynn o checou— no que está pensando?

Ele estrala os dedos na frente do rosto do general que enfim os olha.

— Nada. —Rune mentiu outra vez sentindo um nó na garganta— só... Estou aéreo.

— Imagino que coisas terríveis passou para estar assim. -Harvey comeu um pedaço de carne.

— Não sabe o quanto. -Rune murmura.

E em algum momento quando ele ficou finalmente sozinho e foi para a sua casa, o general caiu em sua cama e suspirou, refletindo, sua mente ainda brincando com aquele fio como um gato com um novelo de lã.

Então ele deu um toque, o fio esticou como um elástico e zumbiu tremeluzindo com o seu toque, o zumbido indo embora através dele, silêncio.

Então, longos segundos depois Rune recebeu sua resposta, um zumbido tremeluzente retornou da outra extremidade do fio chegando até ele.

Ele estremeceu, foi ela?

Ele tocou o fio novamente e o som foi devolvido, segundos depois outra resposta.

Ela estava o respondendo pelo laço? Sabia que podia falar pelo laço com ela, pouquíssimas palavras ou gestos como esse, mas só poderia falar claramente com ela por ele depois de uma vinculação.

E essa vinculação era exatamente dormir com a vilã, onde pelo ato sexual entre os dois o laço iria se concretizar.

Era madrugada e ele ainda tentava, foi quando ele tentou outra vez e uma resposta veio rápida demais, mas estava sonolenta.

O laço tremeu e ele ouviu a voz da vilã em sua cabeça rastejando pelo fio até ele (vá dormir).

Ele piscou algumas vezes, ela falou, ele a ouviu em sua cabeça.

Ele fitou o teto e soltou um longo suspiro de exaustão, parando de mexer naquele fio.

O disseram que um laço de parceria seria alegria, mas o dele no momento não passava de ódio, morte e perigo.

Algum dia chegaria a não ser?

Ele balança a cabeça soltando um bufar.

— Não pense tolices. -ele resmunga deitando de lado, se cobrindo.

Mas chegaria?

*Até o próximo capítulo, deixem seu comentário e seu voto pfvr ❤️*.

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