Capítulo 24♠️

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— Você está brava. -o guerreiro disse depois de um tempo.

— Não estou.

— Essa sua cara, eu já a vi antes, quando matou inúmeras pessoas. -ele disse.

Ela virou o rosto lentamente em direção ao dele como uma coruja e ele desejou ter ficado quieto enquanto podia.

— Você ter desenterrado algo só para ver minha resistência não foi digamos que algo muito bonito de se ver. -ela disse.

— Não fiz para ver resistência, fiz para que quando ele morresse você não se sentisse com a consciência pesada. -ele interferiu.

— Já parou para pensar que quem irá com consciência pesada será ele? Eu não abandonei ninguém e não troquei por uma cidade idiota. —relâmpagos e raios dançaram em suas íris— entenda que a minha consciência está leve feito uma pluma, a dele? Bem, não posso dizer o mesmo.

— Eu sei. —ele suspira— mas talvez o que o vilão te ensinou todo esse tempo...

— Ele me ensinou que há amor mesmo onde todos enxergam apenas maldade, que não precisamos ser maus. —ela o interrompe— porém também ensinou que devemos superar o que éramos e ter ambição, só assim podemos crescer, e acredite, sou poderosa e para superar o que um dia eu fui eu irei passar por cima de tudo e de todos, não importa quem seja.

Ela ergueu o queixo.

— Enquanto vocês heróis vão combater o perigo pelos outros, nós vilões observamos e nos autopreservamos, vocês vão na impulsividade, nós pensamos e calculamos muito bem antes de agir e dar qualquer passo mesmo que seja pequeno, só entramos em brigas se nos favorecermos depois ou ganharmos algo em troca, gostamos de ser postos em pedestais pelos nossos, que sabem e clamam o nosso poder, temos ambição e sombras. -ela girou um raio no dedo.

Ela lançou o raio no céu e ele explodiu em luz nas nuvens.

— Pensamos com a cabeça e não com o coração, somos astutos, por isso estamos vivos até hoje. -ela enfiou as mãos nos bolsos.

— Não vou mais discutir. -ele nega.

— Graças aos deuses. -ela disse.

Ela o olhou e acenou com a cabeça.

— Até depois.

— Não vai se despedir? -ele a puxa pela cintura.

Ela ergueu uma sobrancelha escura e se afastou.

— Está de castigo.

E ela sumiu.

Rune olhou para o céu e xingou.

— Tenho que aprender a ficar quieto. -ele murmura.

Quando Rysandra surgiu, Kanandrê a esperava para uma convera.

— Como foi?

— Eu vi ele.

Ele a olha significativo.

— Seu...

— Progenitor. -ela assente sentada na cadeira.

Uma taça de vinho surgiu em sua mão, ela estalou os dedos e uma surgiu na mão do cavaleiro.

— Quer conversar sobre isso?

— Pensei que fosse sentir alguma coisa quando o vi. —ela confessa baixo— mas não senti nada além de raiva e dor reprimida, mágoa.

— É normal, comparado ao que ele fez no passado, você era só uma criança e teve que conviver com esse fato todos os dias. -ele senta em uma poltrona afastada da dela, de frente para ela.

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