Ao acordar naquela manhã, Rune se viu mexendo no laço, cutucando aquele fio a espera de uma resposta para saber se ela estava viva.
Ele resmungou, não estava gostando de ter que se preocupar com ela.
Mas já havia se passado uma semana e ele não tinha notícias, os ataques haviam incrivelmente cessado, o que é motivo para desconfiar, o que aquela mulher estava tramando?
— Mundo chamando o general.
Rune balançou a cabeça e olhou para Flynn.
— Retorne ao nosso mundo. -ele disse.
— Desculpe. -Rune suspira bagunçando seus cabelos.
— Você está estranho demais. —Harvey o olha enigmático— quer nos contar o que está havendo?
Rune negou.
— Se estiver me traindo eu te mato. -disse Flynn jogando um cabelo imaginário para trás.
— Não creio que uma mulher seja a causa disso. -Harvey nega.
Mas era exatamente isso, Rune pensou.
— O que você tem? -os dois perguntam.
— Nada. -Rune lustra a sua espada e escudo.
Os dois guerreiros se entreolham.
— E a sua asa? -Harvey afia a sua lâmina.
Rune bateu as duas e uma brisa forte soprou os cabelos dos dois heróis.
— Está nova em folha. -responde.
— Estamos tendo um tempo de trégua. -disse Harvey.
— A trégua da água começou. -Flynn disse.
Rune se alerta, é claro, a trégua da água, onde os inimigos faziam uma trégua em suas armadas e guerras, em ataques, a trégua da água dura uma estação até o inverno, até lá ninguém poderia atacar ou matar, é uma regra sagrada.
— Verdade. —Harvey acerta um tapa na testa— tinha esquecido.
— Eu também. -Rune concorda.
— Sem brigas, guerras ou matanças até o inverno, meus amigos, essa é uma estação de paz.
Rune olha para o campo aberto de treinos e os pinheiros que os cercavam, tempo de paz, até o inverno sombrio bater em nossa porta.
O guerreiro sentiu um aperto repentino no peito, então, o laço tremeu bruscamente.
Ele levou a mão ao peito quase indo ao chão com aquela sensação, uma sensação ruim que se transformou em angústia.
— Rune? O que foi? -Flynn questiona.
Havia alguma coisa errada.
Havia alguma coisa errada com a vilã.
Ele se ergueu do banco enfiando a espada na bainha e o escudo sumiu com a mágica pavo e se tornou seu bracelete.
— Aonde vai?? -Harvey encara o amigo que parece estar aflito.
— Não sei. -ele ofega.
Suas asas se abriram e antes que os amigos pudessem gritar por ele ele se lançou ao céu com poder.
O vento o embalou e a rapidez que ele voava era como a de um raio atingindo uma árvore, nas guerras, era chamado de sombra alada.
Ele sentia ser guiado em uma direção pela sensação em seu peito, e ele sentia que não era muito longe daqui. A sensação o levava para além da floresta, no coração proíbido.
KAMU SEDANG MEMBACA
Entre Heróis E Vilões
FantasiEm um mundo de heróis e vilões, Rune, um poderoso general dos exércitos do rei de sua província tenta eliminar a ameaça de uma vilã implacável, mas o percurso muda ao descobrir o que o liga a aquela mulher, e então ele passa a lutar contra o dever d...