XXXIX - O Último Dia (Continuação)

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- Eu já me arrependi - Carlos diz.

- Bom, não sabia que a Clarita fazia sucesso com os mais velhos - Jorge responde, rindo.

Sentados à mesa da pequena sorveteria de beira de estrada, os amigos observam uma Clary extremamente envergonhada tirando fotos com um trio de idosas de maiô que a reconheceram do YouTube.

- Você é muito mais linda pessoalmente - fala uma das idosas.

- Canta pra gente! - diz a outra.

- Parem com isso, estão constrangendo ela - a terceira parecia ter mais juízo - Então, qual daqueles dois rapazes lindos é o seu namorado?

- São...amigos.

Clary estava vermelha como um tomate, não conseguia falar mais que duas palavras. Jorge veio ao seu resgate.

- Bom dia, senhoritas, posso ajudar? - o sorriso dele foi o suficiente para as três mulheres tirarem a atenção da tímida amiga.

- Espero que seja ele - uma delas comenta, antes de levar um beliscão da amiga ao lado.

Ele se posiciona ao lado de Clary e coloca a mão em seu ombro.

- Se me permitem, eu vou levar a Clary pra tomar um sorvete, o dia está começando a esquentar, certeza que ela ficou honrada em conhecer vocês.

Carlos observa a cena da mesa com um sorriso, Jorge era o extrovertido do trio, sempre salvando ele e Clary de situações assim.

Poucos minutos se passaram e a situação inverteu: Carlos e Clary sentados à mesa, tomando sorvete e observando Jorge tirar foto com as idosas.

- Pelo visto, não é só você que faz sucesso com as mais velhas, Clarita.

- Imagina se a gente contar isso pra Esther - responde Clary, saboreando sua casquinha de baunilha.

- Ela vai brigar com ele, acho isso meio infantil da parte dela.

- Mulheres são assim, principalmente quando o companheiro é bonito e simpático, pode se preparar para passar com isso a Fernanda também.

Carlos quase se engasga com sua casquinha de chocolate ao ouvir isso.

- Quem? Eu e a Fernanda? Como assim? - ele tenta disfarçar da pior forma possível, Clary se diverte com incapacidade de mentir do amigo.

- Todo mundo sabe, ela também não sabe disfarçar muito bem, uma das muitas coisas que vocês tem em comum.

- Tão óbvio assim?

Ela acena com a cabeça.

Naquele momento, foi a vez de Carlos ficar vermelho como um tomate.

- Eu e ela passamos por muitos rolos nesses últimos anos, parecia que quando ela queria, eu não queria, e depois quando eu queria, ela já não queria - ele se ajeita na cadeira e olha para o horizonte com os olhos brilhando - Mas, agora tudo parece tão certo, sabe? Como se ambos estivéssemos esperando a hora apropriada e ela finalmente chegou.

- Eu tô feliz por você, neném, por vocês dois, sei que a Fernanda é uma pessoa maravilhosa...mas safada demais, então toma cuidado.

- É...eu sei.

Ambos riem e continuam a tomar o sorvete, Jorge se aproxima, havia conseguido se livrar das suas "fãs".

- Não pediram sorvete pra mim?

- Claro que não, bocó, a gente não sabia se você ia parar de tirar foto hoje.

- A gente pensava que as suas sugar mommys iam pagar um sorvete para você - Clary completa.

Olá, Eu Morri | COMPLETOWhere stories live. Discover now