Capítulo 22

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Conhecida como Cidade Anciã, Ecruteak era a cidade mais antiga do continente composto pelas regiões de Johto e Kanto, e a terceira cidade mais antiga do mundo segundo historiadores, ficando atrás somente da cidade de Celestic em Sinnoh e a cidade de Geosenge em Kalos.
A cidade fora construída nos moldes feudais orientais, com arquitetura tipicamente japonesa e a maioria de suas ruas (exceto as avenidas principais) eram feitas de paralelepípedos, cascalho e terra batida. Toda a cidade evocava uma aura antiga, mística e parecia manter sempre uma temperatura amena. A cidade ainda era parcialmente silenciosa: todos aqueles que ali viviam e também os visitantes pareciam compreender que a cidade merecia respeito e veneração de modo que, após tantos séculos sendo palco de guerras, batalhas e destruição, hoje era um dos locais mais calmos e pacíficos. Uma forma de compensação por tudo que suas antigas construções haviam presenciado no passado.
Carregando tamanha carga histórica e mística, Ecruteak se popularizou por conter não uma, mas inúmeras lendas ao longo dos séculos, envolvendo Pokémon lendários e humanos.

Embora fosse uma cidade turística, Ecruteak não atraia tantos visitantes como as outras cidades famosas pelo turismo. Isso certamente ocorria porque o turismo da cidade concentrava-se em locais inteiramente históricos e culturais e não em atividades e locais nos quais os turistas poderiam consumir e se divertir.
Crystal e Alice haviam chegado á cidade quando já era noite, devido a um trecho da estrada que estava em reforma, o que causou alguns quilômetros de trânsito lento. Desceram do ônibus sentindo-se esgotadas e acabaram por irem direto ao hotel que Alice havia reservado pela internet no dia anterior. Um banho seguido por um lanche rápido e uma satisfatória noite de sono foram o suficiente para tirar o cansaço e aliviar a dor nas costas após a longa viagem de ônibus.
Assim, no dia seguinte, Crystal sentia-se preparada para conhecer a cidade na qual Alice tanto falara e, lógico, aproveitar para treinar seus Pokémon e se preparar para desafiar o líder de ginásio.

As duas haviam saído do hotel ainda terminando de comer um potinho de salada de frutas. Andaram por algumas ruas quando o comércio estava começando a abrir e o movimento pela cidade ainda não era tão intenso. Mas Crystal notou que, diante de todas as outras cidades em que já estivera, Ecruteak era muito mais silenciosa. Havia poucos veículos trafegando por ali e, em vez de ônibus, havia bondes, como os que existiam antigamente, para transportar pessoas. Muitos usavam até mesmo carroças puxadas por Tauros ou Ponytas. E todos os prédios, casas e estabelecimentos possuía uma arquitetura antiga. Crystal sentia-se como se houvesse entrado em um túnel do tempo e ido parar na época feudal. Só sabia que isso não acontecera porque, em meio a toda uma estrutura e decoração de época, havia pessoas fazendo uso da tecnologia, com seus celulares, pokégears, TVs e computadores.
Mas tinha de admitir que Ecruteak era muito bonita e possuía um clima ameno, além de uma certa calmaria que parecia pairar na cidade e todos os seus moradores. E mesmo quem estava ali a passeio ou trabalho, absorviam esse inusitado hábito.

"Uma cidade de tradição e conhecimento" era o que constava em uma grande placa no topo de um poste onde havia outras placas menores indicando a direção dos locais mais conhecidos da cidade, como a Bell Tower, Burning Tower, Ginásio Pokémon, Teatro de Dança, o popular Tea House, Museu Pokémon e Catedral Suplício.
Crystal acompanhou Alice por algumas ruas até chagarem a uma floricultura, onde a garota de cabelos pretos começou a escolher um vaso de violetas entre vários que haviam na bancada. Mas precisava confessar que estava começando a ficar irritada com toda essa postura de "mistério" que Alice mantinha sobre o que queria tanto fazer na cidade.

— E então. – a treinadora começou, ambas mãos na cintura. – A senhorita enrolou e enrolou, mas não quis me falar o que tanta coisa queria ver e fazer aqui!
— Eu falei que te daria uma tour por Ecruteak e farei isso! E também iremos para o ginásio Pokémon para que você conheça o Morty. – Alice pareceu finalmente ter se decidido qual vaso de flores levar. – Vamos ficar alguns dias por aqui.
— Alguns dias? Mas eu preciso...
— Eu sei! Aqui pela região há lugares para treinar e uma jornada Pokémon não se limita apenas em ir de cidade em cidade desafiando líderes de ginásio e se embrenhando em rotas para batalhar, né? – Alice deu o dinheiro para a florista. – O fato de conhecer novos lugares, ao meu ver, é a parte mais legal de uma Jornada Pokémon. Pode ficar tranquila que um passeio turístico não vai atrasar seu ritmo de jornada. Assim que eu fizer uma coisinha, iremos iniciar nosso passeio. Vem comigo?

A Lenda de CristalWhere stories live. Discover now