HOPELESS || KTH + JJK

Hopeless

Seol

09:00 AM

Acordei com um peso nas minhas costas, mas ignorei, estava pensando no dia de ontem e na crise existencial que estou tendo agora depois de finalmente cair a ficha, zumbis, Hana está morta e eu estou sozinho... Oh não, Jungkook está comigo, agora me lembrei do peso. Olhei para baixo vendo o braço tatuado me agarrando assim como a perna jogada em cima de mim, agora estou com total vergonha de acordá-lo.

Me mexi um pouco para testar se ele acordaria, mas nada, sequer se mexeu.

— Jungkook...

Chamei baixo e nada.

— Jung....

— Shhh.. — ouvi de trás de mim o outro me agarrar mais e enfiar o rosto entre meu cabelo — fica quieto..

Franzi as sobrancelhas.

— Que? fica quieto nada!

Perdi a vergonha e o empurrei para o lado, o fazendo se desgrudar de mim, ele é um abusado. Me sentei na agora podendo ver a cara dele amassada de sono e com uma expressão confusa.

— Como você é mau, hyung.

Levantei uma das sobrancelhas sentindo a pitada de deboche vir dele, abri um sorriso ácido e me levantei indo até o banheiro.

— Você que é um abusado.

Resmunguei pela implicância dele. Desde que chegamos na casa Jungkook se revelou um pirralho implicante, eu fico pensando em como os Deus pensaram que amarrar nós dois daria certo.

Falando nisso ele nem tocou mais no assunto, e eu tenho vergonha de começar uma conversa sobre isso.

— Eu ouvi isso tá?

— Era para ouvir.

Apoiei minhas mãos na pia e encarei o espelho com um peso no coração, estou destroçado. Por fora, não estou tão mal... meus cabelos estão bagunçados e meu rosto está marcado pela noite de sono, mas por dentro... Dói tanto. Minha mente é um caos, cheia de pensamentos confusos, e eu mal consigo me ouvir pensar. O silêncio agora é ensurdecedor, eu só quero ouvir algo, qualquer coisa que me tire desses pensamentos. Minha família... é tudo o que consigo pensar. Hana, minha melhor amiga de anos, está morta. Ela escolheu ir embora com seu Akai ito, e eu nem tentei mudar os pensamentos dela. E meus pais? Minha irmã? Será que passaram pelo mesmo destino? Só de imaginar, as lágrimas rolam pelo meu rosto e um nó se forma em minha garganta. Será que vai acontecer o mesmo comigo? Com Jeongguk? Estou tomado pelo pavor, uma dor tão intensa, mas que não é física, me consome.

Coloco a mão no peito, sentindo uma dor agonizante que parece dilacerar meu coração. É como se alguém o tivesse segurado com força entre os dedos, esmagando-o em mil pedaços diante dos meus olhos. Ofego, lutando para respirar enquanto as lágrimas escorrem sem controle pelas minhas bochechas. É uma corrente que não posso conter, nem mesmo se quisesse. Minhas pernas cedem e eu me sento no chão, me encolhendo num canto como um gato ferido em uma noite gelada.

Subo a mão até meu pescoço de forma aflita quando percebo que o ar não vem. Agarro o chão, arranhando-o com minhas unhas curtas enquanto o desespero toma conta de mim. Me sinto patético, um covarde assustado diante da vida. Me odeio por não conseguir lidar com nada sem parecer uma criança. Sempre choro, sempre me desespero, e isso nunca muda. Eu. Me. Odeio.

— Tae você tá demorando, o que está fazendo... Taehyung?!

Vi pela minha visão embaçada jungkook entrar no banheiro, seu sorriso implicante morreu na hora agora em seu rosto uma expressão preocupada; desespero. era isso que ele estava sentindo, me colocando no lugar dele eu imagino como deve ser, ter que cuidar de alguém fraco, chorão e sem importância nenhuma, eu vou acabar o matando, vou acabar matando nós dois por ser um filho da puta fraco e chorão.