capítulo 12

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capítulo 12.

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andré.

meu mundo parece literalmente desmoronar, a incoerência de meus próprios pensamentos me deixa preocupado.

só consigo lembrar da carolina e dos meus filhos, da minha mãe também.

eu não consegui protegê-los, livrá-los da morte.

a hipótese de que o mesmo aconteça com meu irmão me mata por dentro.

"andré, você ainda tá aí?". emily indaga.

"sim emily, estou aqui sim". "você poderia repetir por favor?". "estou tão atordoado que não entendi o que você disse".

"é claro que eu repito, então amigo, ele não me disse que ia para outro lugar antes de ir para casa, mas ele saiu daqui ontem à noite sim".

"estou esperando ele na sala desde ontem, não dormi nada". "eu mandei mensagens a cada hora, ligando direto também e nada do meu irmão atender". exponho minha angústia.

"meu deus". "eu e a laura não sabemos de nada, mas qualquer coisa você pode contar comigo tá bom?".

"quando a laura vier emily, por favor, vem para cá com ela!". "eu tô te pedindo pelo amor de deus, vem para cá com ela!". "você me faz sentir seguro de alguma forma e eu não vou dar conta de aguentar essa família sozinho, eu estou aqui ainda por causa do meu irmão".

"eu vou para aí, fica tranquilo que assim até eu fico mais calma, afinal de contas você e o seu irmão são meus amigos e eu quero encontrar ele". "vou ajudar você a encontrar o seu irmão".

seu tom de voz transmite tanta tranquilidade, uma calma que eu gostaria de ter.

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"o giovani o quê?". a preocupação de giuseppe me impressiona.

"ele não voltou para casa ontem à noite pai, o senhor não tem nada a ver com isso?". coloco minha teoria para fora.

"eu coloco os meus filhos no centro dos meus planos, machuco outras pessoas para garantir o futuro e a proteção de vocês, mas jamais faria algo com o seu irmão porque ele é meu filho". as palavras totalmente doentias são proferidas como se nada fosse.

"eu vou mandar chamar a polícia, o giovani é o mais certinho dos meus filhos, o que menos me dá trabalho, eu preciso dele aqui".

emily entra na casa acompanhada por laura, meu pai ativa o modo ator de novela e interpreta um pai preocupado com o filho.

evitando o olhar de desprezo direcionado a professora, ele aperta a mão da mesma.

"meu nome é emily, sou amiga dos seus dois filhos e estou aqui porque o andré me pediu para acompanhar as buscas, o giovani esteve na minha casa antes de desaparecer". com o desconforto visível, emily se apresenta a giuseppe que por sua vez encara a mesma de cima a baixo.

"bonita sua amiguinha viu andré?". ricardo comenta, não podia ser mais inoportuno.

"até numa hora dessas você consegue ser mulherengo, idiota?" evidencio meu desconforto com palavras enquanto meu pai faz o mesmo com o olhar.

"ricardo, agora não é a hora meu filho por favor". nunca pensei que concordaria com giuseppe.

"qual é o problema gente?". "eu não posso elogiar uma mocinha linda dessas?". "o giovani não está morto, só desapareceu e o que é bonito deve ser elogiado"."

para começo de conversa eu não sou uma mocinha, sou uma mulher de 40 anos e você para de se comportar como um moleque e respeite a situação do seu irmão, pode tirar seus olhinhos de cima de mim que eu não sou um pedaço de carne que você pode admirar como se fosse um cachorro com fome".

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