Capítulo 26

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Capítulo 26.

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andré.

deixei emily em casa para se arrumar, prometendo retornar para buscá-la.

um arrepio fora do comum percorre meu corpo, assim que adentro a mansão.

algo no ambiente parece inquietante, sufocante e desesperador.

deparo-me com vitória, marcos, suzana, ricardo e meu pai conversando na sala.

a gestante fuma um cigarro, o que me surpreende.

"não posso acreditar que você consiga agir com tanta frieza diante da morte do nosso filho!". "eu não sou um poço de sentimentalismo vitória, mas isso é desumano!". o protesto de marcos marca minha entrada.

"como é que é?". "você perdeu o bebê?". me faço notar, fazendo os olhares se voltarem a mim.

"em sua nova condição de cristão, sabe me dizer se existe algum versículo bíblico sobre isso?". vitória me devolve a preocupação com uma ironia cruel.

"sim, ela perdeu o bebê, ou melhor, matou o meu filho!". a fragilidade resplandece no semblante e nas palavras tristes de marcos, esse homem está como nunca imaginei vê-lo.

"eu não tirei marcos, perdi sangue e ele morreu, não se preocupa não, depois a gente tem outro e você tem o filho que você quer, pronto, sem estresse. a frieza de vitória sinaliza a psicopatia hereditária que tem com o pai.

"andré, o giovani é seu filho". "já que eu não vou ter mais o meu, quero que o segredo de vocês se danem!". "com ajuda da vitória que pegou o bebê, porque estava do lado da carolina na hora que o seu filho nasceu, o Seu pai trocou os bebês". meu corpo inteiro entra em choque, enquanto busco formar uma frase coerente.

Não, ele está brincando!.

está brincando com o meu sofrimento!.

eu teria visto, teria me dado conta.

encarei giuseppe, esperando a negação, enxergando apenas uma tranquilidade mórbida.

"obrigado marcos, me poupou do trabalho de ter que começar a contar, agora ricardo, tira esse homem da minha casa agora, vou providenciar o divórcio de vocês dois o mais rápido possível, e fuja daqui porque se eu te encontrar te mato.

suzana me lança um olhar complacente, retirando-se.

marcos saiu esbravejando, jurando que mataria giuseppe primeiro.

"senta aí andré, a história é longa, vamos ter uma conversa definitiva". meu cérebro funciona como se eu estivesse hipnotizado, provocando a obediência imediata de suas ordens.

eu queria esbravejar, gritar, dizer o quanto o odeio, queria entender a situação mas o impacto da notícia não me permite dizer nada.

mais uma vez me pergunto.

como não percebi que era ele o tempo todo?.

eu devia ter notado alguma coisa!.

Se eu tivesse percebido teria matado e morrido por ele, arrancado ele dessa casa custe o que custar, dado uma vida totalmente diferente a ele.

ai deus, se eu continuar por mais tempo na frente desse homem juro que não vou aguentar!.

"quis o destino que sua mãe tivesse o bebê no mesmo dia da sua namorada, por consequência na mesma maternidade. "eu mandei a vitória entrar com a carolina, afinal de contas era bom ter alguém da família para receber os bebês quando Viessem ao mundo". ""eu já sabia que a menininha não viveria muito, mas o menino, no caso, o giovani nasceu perfeitamente saudável". "a carolina morreu logo após o parto, teve os filhos inconsciente, não teve tempo de vê-los". "toda a equipe do hospital havia sido paga por mim, então entregaram o menino para vitória, e o meu plano começou a sofrer alterações". "inicialmente, planejava jogar o menino em qualquer lixo, entregar em qualquer instituição ou até mesmo matar de outra forma, para que ele não atrapalhasse sua  vida". "a gravidez da giovana foi de risco, ela também teve o seu irmão inconsciente, passou muito mal com a anestesia e outras coisas". "seu irmão nasceu morto, e eu sabia que a giovana não aguentaria perder um filho". "foi então que troquei as crianças, sua mãe precisava de um filho e você precisava de um cadáver para enterrar e entender que quem controla sua vida sou eu". "confesso que às vezes me arrependo dessa decisão, especialmente naquela época de rebeldia dele, nasceu sem minha autorização e achava que podia fazer o que quisesse". "pensei em matá-lo, mas julguei desnecessário. "hoje vejo ele como meu filho, tem o mesmo valor para mim do que os demais, é meu, entende isso andré?".

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