Capítulo 20

23 4 0
                                    

Capítulo 20.

()

emily.

andré observa enquanto devoro o pastel, como se não houvesse amanhã.

ele com toda a classe come lentamente, provavelmente almoçou, não passou o dia inteiro se estressando com o celular.

é possível ver um sorriso se formando no canto de sua boca, aguçando minha curiosidade para saber o que se passa em sua mente.

"o que houve?". "fiz algo errado?". visivelmente encabulada, interrogo.

"não, só acho sua simplicidade encantadora".

"você deve olhar para mim e dizer". "oh céus, uma pobre!". "é tão bonitinho, ela é configurada para rir de tudo e fazer os outros rirem também, nunca vi uma dessas!". desinibido, andré se permite apenas rir.

"quem ouve você dizendo vai pensar que eu sou arrogante, que não convivo com pessoas de condição um pouco mais baixa que a minha, o que não é verdade". o italiano se defende.

"um pouco abaixo da sua?". "meu filho, nos degraus da vida eu estou no primeiro e você está no décimo".

"você tem razão, a carolina, minha ex-namorada não tinha condições financeiras elevadas, mas não era tão alegre quanto você". "não que fosse uma mulher fechada e fria, não, tinha seus momentos, mas na grande maioria das vezes era séria e centrada demais". "a emily, desculpa, você toda animada e eu aqui falando de coisas tristes".

"por mim eu passava a tarde inteira te ouvindo andré, fica tranquilo, você não fala muito dela, talvez precise de alguém para te ouvir e para compartilhar esse sentimentos guardados". "como vocês se conheceram?". dou a abertura para que ele fale, é muito bom ouvi-lo e ver o quanto está aprendendo a mencionar a ex-namorada com uma certa alegria e não dor.

"eu havia acabado de chegar no brasil, estava completamente perdido, fui escolher logo são paulo que é uma verdadeira metrópole".

"ânimo andré, ânimo!". "se você tivesse escolhido o rio de janeiro seria muito pior, o povo ia te receber lá de fuzil, ia te perguntar qual é a fita e você ia ficar perdido". olhou-me completamente estarrecido, me fazendo rir. "é brincadeira seu bobinho, continua!.

"eu estava numa parada de ônibus então ouvi a dona antonella, minha ex-sogra conversando com a carol, as duas estavam falando em italiano mas a carol tava corrigindo algumas palavras que ela tinha dito em português". "Aquilo para mim Foi a luz no fim do meu túnel, resolvi ir atrás.

o sorriso foi instantâneo em nossos lábios, eu imaginando a cena e ele revivendo.

"Ela não te achou meio perturbadinho da cabeça não?". "sei lá, se um estranho chegasse para mim me perguntando onde ficava a rua da esquina eu já ficaria desconfiada".

"ah minha amiga, experimenta ser jogada em um país que você não sabe o idioma, a coragem e a loucura vem na hora porque ali você está pensando em comer e dormir".

concordei balançando a cabeça.

"ela foi super simpática, a dona Antonella também apaixonou por mim no primeiro momento e me convidou para conhecer a casa delas". "bom, e assim a carol começou a me ensinar português, indicou um lugar para eu ficar, me instalou direitinho e orientou um moço do hotel em que eu fiquei que sabia italiano para me ajudar quando precisasse". "depois veio o namoro, o pai dela construiu uma casa para gente com muito esforço, era um local simples mas que eu amava viver". "não demorou para os gêmeos virem, e as ameaças do meu pai também". "ela me tranquilizou, dizendo que tudo ficaria bem e que nada aconteceria com a gente, só entrou em pânico de fato no dia do incêndio".

família greco.حيث تعيش القصص. اكتشف الآن