Cap 18

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• 2° dia no hospital
Madrugada de chuva

Estava suando muito.

Estava debaixo do lençol.

Soltei um grito.

- O que foi? Tá tudo bem? - Tom se levantou rápido do colchonete.

- Eu tô com medo... - falei baixo.

- Medo? Puf.

- Tom, eu vi algo na porta do banheiro.

- Não tem nada lá.

Ele ligou a luz do banheiro.

- Viu? Não tem nada.

- Mas eu vi...

- Não foi nada.

Em seguida, ele se deitou para dormir.

Mas eu fiquei acordada, não consegui dormir.

Quando criança, eu tinha medo de hospitais, dos corredores.

Nos filmes de terror, aparecia sempre um monstro nas cenas assustadoras.

Isso me afeta até hoje por causa da minha ansiedade que cria essas coisas da minha cabeça.

Soltei um grito assim que escutei um trovão.

- O que foi agora?

- Trovão...

- Tá tudo bem, não vai acontecer nada.

- Mas eu tô com medo...

Ele pega o violão.

- O que vai fazer?

- Tocar ué.

Ele começou a tocar uma canção calma.

A intenção era me acalmar e funcionou.

Fiquei mais tranquila.

Eu o observei tocar.

Ele dedilhava o violão com lentidão pelas cordas.

Ele fica lindo quando está distraído...

Sua atenção fica toda na música.

Depois que ele terminou, colocou o violão do lado e ia se deitar novamente no colchonete.

Mas antes que pudesse fazê-lo, eu o seguro pelo braço.

Ele olha pra mim.

- Deita comigo por favor. - pedi suplicante.

- Não tem tanto espaço na sua cama.

- Por favor Tom, eu não consigo dormir sozinha.

Ele hesitante acaba que por deitar do meu lado.

- Está confortável?

- Sim.

- Estou te machucando?

- Não.

Me aconchego em seu peito, porém ele não me abraçou.

- Então queria que eu dormisse com você pra isso?

- Eu me sinto segura. - falei baixo.

- Desde quando tem medo de hospitais e trovões? - ele passou os braços em volta de mim.

- Foi quando eu era criança, os filmes de terror e os desenhos sempre retratavam monstros nos corredores de hospitais.

- E os trovões?

- Bem... é normal ter medo de trovão, parece que ele vai te atacar.

Ficamos em silêncio.

- Sempre eu tinha medo, eu dormia com os meus pais e meu pai me abraçava, eu me sentia segura.

- Medrosa.

- É quentinho aqui.

- Eu nasci pra ser quente, gata.

- Não começa.

Ele ri - Eu só disse.

Dormimos abraçados na minha cama de hospital.

E foi melhor do que eu esperava.

Eu senti uma pontada de amor acender dentro de mim.

Eu não gostava da ideia de gostar do Tom.

Destinos traçados - imagine Tom KaulitzWhere stories live. Discover now