06| J Á P E T O

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Amélia jamais pensou que o seu primeiro encontro com Thundra seria num restaurante com temática dos anos noventa

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Amélia jamais pensou que o seu primeiro encontro com Thundra seria num restaurante com temática dos anos noventa. Ela já tinha ouvido falar dele, mas nunca se interessou o suficiente para pesquisar sobre o assunto. A música não estava tão alta, mas era melódica o suficiente para que ela a sentisse ao tocar na porta.

Ao entrar, os seus olhos foram logo para a decoração vibrante do lugar. As luzes rosas realçavam o roxo das paredes, havia uma grande guitarra no meio de teto, rodeada de estrelas, e um carro descapotável vermelho no meio do restaurante.

Ela caminhou entre as mesas, passando os olhos por todos os cantos procurando o motivo de estar ali. Amélia não gostava de estar em lugares onde se encontrassem muitas pessoas reunidas, mas conseguiu manter o nervosismo distante enquanto caminhava na direção de Thundra.

A jogadora estava em uma mesa próxima ao palco de karaokê, com o olhar distante enquanto o seu dedo passava pelo ecrã do seu telemóvel. Amélia parou onde estava por alguns segundos, o seu corpo tremia, as palmas da sua mão suavam e a sua respiração tornou-se pesada; aqueles eram sintomas já conhecidos. Ela os tinha sempre que olhasse para a jogadora.

Amélia aproximou-se completamente, atraindo a atenção de Thundra que largou o aparelho rapidamente.

— Oi.

— Oi.

— Você está linda. — Thundra elogiou.

A pasteleira engoliu a seco, ela ficou quase três horas pensando no que vestiria. O seu guarda-roupas era resumido em roupas antigas e gastas, o que era suficiente para o seu dia a dia, mas não para um encontro com a garota por quem ela era apaixonada.

Depois de ficar horas discutindo com Clio e Adara, sobre o que vestiria, ela colocou um cropped preto meio gasto de alças finas e detalhes de renda em círculos no decote; a sua saia era verde oliva, tinha cintura alta e quatro camadas separadas por linhas de costura; nos pés ela colocou os sapatos pretos de salto grosso e tira de fivela que foram um presente de Nicolas. O seu cabelo  foi preso num afro e duas tranças desciam pelo seu rosto, enquanto as suas orelhas eram enfeitadas por brincos dourados, um no formato de meia lua e o outro no formato de sol.

Mas todo aquele adereço parecia exagerado, quando Thundra estava radiante usando apenas uma calça jeans branca cintura alta com rachas no joelho, uma blusa preta e um all star preto de cano alto.

— Você também. —  retribuiu.

— Há quanto tempo você sabe disso? — Amélia indagou, colocando sal nas suas batatas.

— Há pouco. —  respondeu. —  Eu te vi entrando no estádio no início do mês passado, a treinadora queria conversar comigo e pediu para que eu chegasse mais cedo. Enquanto eu saía do balneário para ir ao escritório dela, te vi caminhando silenciosamente até as arquibancadas, pensei em perguntar o que você estava fazendo alí mas não quis te incomodar.

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