Deathless - Jackson Wang

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Kiara Soulier

Os olhares curiosos em nossa direção é a primeira coisa que me incomoda naquela situação. Em seguida, as palavras de Jackson me atingem, de maneira confiante, e isso é o suficiente para que eu feche a minha cara.

Ele era um filho da puta insano, sem dúvidas alguma.

E que tipo de atitude era essa, literalmente do nada?

Estava tão distraída com tamanhas mensagens de Amara, e então aquele rosto tão familiar, pegando-me desprevenida, que fui incapaz de reparar quando o mesmo se aproximou.

E agora, pairando bem na minha frente, muito próximo de mim, ele parecia se divertir bastante.

— Só pode estar brincando — falo, impaciente.

É tudo o que consigo dizer diante da situação.

— Muito pelo contrário, Soulier - Jackson sorri, e os olhos negros são tão profundos quanto um buraco negro. — Estou sendo muito sincero com as minhas palavras nesse exato momento. Com você.

Franzo o rosto. Esse cara era maluco, de verdade.

— Não vou repetir, Jackson, é melhor sair da porra da minha frente, caso contrário, juro que empurro você da merda dessa arquibancada agora mesmo — ameaço, e sinto meu corpo inteiro queimar em raiva com toda a atenção desnecessária.

Ele, entretanto, não está nem um pouco incomodado em ter diversos murmúrios sobre si e sobre nós ao redor do estádio.

— Vá em frente, faça isso — provoca, Jackson. — Mas se me derrubar, Kiara, é possível que eu quebre um braço, sabia?

— E quem disse que eu me importo?

— Só quero deixar claro, alguém vai precisar assumir a responsabilidade de cuidar de mim - o sorriso nos lábios dele crescem. — Nada mais justo que a causadora do acidente, não concorda?

— Não. Não concordo.

— Fora que — ele continua me provocando —, se comprovado que foi um ato proposital, acho que você seria expulsa daqui.

Tremo com a possibilidade de deixar de estudar. Trabalhei tão duro ao longo dos anos para estar ali por tanto tempo.

— Você é muito irritante.

Ele parece gostar de ser chamado assim.

— Uma ótima qualidade.

— Um péssimo defeito, na verdade.

—Eu não tenho defeitos, Kiara.

— Essa autoconfiança é o que, então, porra?

— Charme. Pode não acreditar, mas sou bom em tudo que faço, Soulier. Inclusive ser capaz de fazer você se interessar por mim.

Meu sorriso surge num lapso frenético de adrenalina, e digo:

— E acha que está conseguindo? — solto sem me importar. — Indo me ver todos os dias na lanchonete, me oferecendo carona para casa, seu dormitório. Está quase rastejando nos meus pés.

Ele aperta o maxilar com força. E talvez a minha voz tenha saído alta demais, pois sinto que os murmúrios estão aumentando à nossa volta. Naquela situação, entretanto, já estou pouco me fodendo.

— Se engana completamente se acha que pode chegar aqui, parar bem na minha frente desse jeito egoísta e falar o que quiser, que então as coisas irão facilmente dar certo para você — digo com fúria.— Não vai, campeão. De jeito nenhum, cacete. Nem fodendo. Acha que sou sua vítima do ano? Que tem o direito de cogitar me escolher, ou qualquer outra mulher? Pois bem, tente me domar. Vou fazer da sua vida um inferno.