Capítulo 22

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- O que? Não, eu não vou comer nada - empurro a mão de Camila para o lado. - Você me joga uma bomba dessas e quer sair assim? - ela sorri sentando novamente na cama.

- Oras, não é como se alguma coisa fosse mudar - dá de ombros.

- Mas é claro que muda! - ela arqueia uma sobrancelha. - Eu estava preocupada em achar que você ainda amava sua mulher morta e agora você me fala que ela não valia nada?

- Eu não disse isso.

- Mas foi o que eu deduzi - menciona rebater mas por fim se cala. - Estou curiosa agora - sou sincera. - Você nunca desconfiou sobre as traições? Nem mesmo a notícia da gravidez te fez pensar nisso por um breve momento? - encaro seu rosto com atenção, ela não parecia incomodada com a pergunta, tal é que já se preparava para falar.

- Keana sempre foi uma mulher distante, se assim posso dizer - "Keana". - Nunca gostou da cumplicidade e companheirismo de um casal, e eu me adaptei com isso no decorrer dos anos - dá de ombros. - Então não, eu era apaixonada o suficiente para não fazer junção das suas inúmeras saídas sozinha e suspeitas, com uma traição - essa mulher nunca mereceu Camila, pois se soubesse o quanto suas atitudes ainda conseguem apagar meus olhos preferidos, mesmo que seja por alguns míseros segundos, jamais faria algo assim.

- Posso imaginar o quão foi difícil pra você, descobrir tudo de uma vez, ainda mais em um momento tão delicado - ofereço o melhor sorriso reconfortante que eu poderia ter, pois se depender de mim, algo assim nunca mais acontecerá, minha latina é preciosa demais pra isso.

- Foi um baque e tanto - nega com a cabeça. - A morte dela foi algo que já me deixou destruída, e saber que a mulher pela qual meu coração estava destruído havia simplesmente brincado comigo durante anos, me deixou sem chão - sorri sem muito humor antes de me encarar. - A única coisa que me desfocou de tudo isso foi Noah - sorrio junto a ela, pois dessa vez era algo sincero, seus olhos chegando a brilhar.

- E como foi? Sua decisão de ficar com ele foi algo muito pensado?

- O que eu poderia fazer naquele momento a não ser acolher com todo meu coração, aquela criança que parecia precisar de muito amor? - meu coração chegou a errar uma batida. Essa mulher é real? - Resolvi guardar o que descobri para mim mesma, meus pais e nem Sofia sabem da verdade, e não é que vá mudar algo, se nota de longe o amor que todos tem por ele, apenas nunca me senti pronta para verbalizar tudo isso sem doer tanto, mas agora vejo que se quer faz diferença - sorri para mim. - Noah sempre será meu filho, independente de qualquer coisa - concordo de imediato com ela.

- Até porque laços sanguíneos não quer dizer nada comparado com o amor que habita em nosso coração - também concorda. - Sabia que eu já desconfiava dele ser prematuro? Tão pequeno e fofinho - afino a voz no final. - Acho que me apaixonei a primeira vista - confesso.

- E meu maior rival será meu próprio filho? - bato levemente em seu ombro, sorrindo junto a ela. - Sabia que ele também não para de falar em você?

- Sua mãe já me falou algo parecido - ela revira os olhos.

- Fico perplexa com uma coisa dessas - franzo o cenho. - Cuidei com todo amor e carinho que há em mim, e mesmo depois de um tempo longe de mim, assim que cheguei em casa a primeira coisa que ele perguntou foi: "onde está minha princesa?" - cruza os braços e eu não consigo segurar a gargalhada. - Eu achei que EU fosse a princesa dele - faz um biquinho.

- Ciúmes, Cabello? - ergo uma sobrancelha. - Pois é pra ter mesmo, porque se depender daquele carinha com os olhinhos mais brilhantes que eu já vi, na primeira oportunidade te troco por ele, ainda mais sabendo que é recíproco - pisco um olho.

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