𝐏𝐚𝐫𝐚 "𝐂𝐚𝐬𝐚"

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Me apoio em Ethan enquanto as pedras em meu caminho me causam desconforto e machucam os meus pés descalços enquanto andamos até um dos carros do estacionamento aberto do hospital

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Me apoio em Ethan enquanto as pedras em meu caminho me causam desconforto e machucam os meus pés descalços enquanto andamos até um dos carros do estacionamento aberto do hospital. A brisa da noite é violenta e gélida o bastante para fazer minha mandíbula tremer.

As luzes dos faróis de um dos carros do estacionamento piscam nos provocando taquicardia após o susto, Jacob segura e aponta as chaves para o veículo sem nem notar que até o som de uma folha seca caindo me faria entrar em crise.

- Você vai realmente me seguir? - Ele vira-se para Ethan enquanto abre a porta de trás do carro.

- Vou. - Responde com indiferença.

- Certo... - Ele suspira com raiva.

Os dois trocam mais um olhar de ódio, um mais desconfiado que o outro. Ignoro a intriga à minha frente e olho para trás, para o hospital. Pensando naqueles homens...como Benjamin está lidando com eles? Sinto meu coração se apertar, como se estivesse sendo pressionado por arames farpados. De tantas coisas que poderiam se esperar agora, apenas espero que Benjamin saia vivo para que eu tenha tempo para agradecer seu cuidado e sua loucura que o colocou em tal situação.

Não sei se aguentaria ver alguém morrer por minha causa, por causa de alguém que não tem ideia alguma do porquê disso tudo estar acontecendo. Pensar nisso faz com que me sinta mais agitada, sufocada por uma agonia que me desestabiliza em dor, em um processo elétrico e oposto à desfibrilar.

- Esperem! - Os dois viram-se para mim, surpresos - Nós não podemos esperar um pouco?

- Não, Kali, é perigoso demais. - Jacob responde me olhando com uma preocupação forçada.

- Mas Benjamin ainda está lá! Ele pode vir a qualquer momento...

- Sabe que tem mais alguém que pode vir a qualquer momento, não sabe? - Ethan toca no meu ombro com cuidado, como se meu corpo fosse de vidro e pudesse se partir a qualquer momento. Como se meus pulsos tivessem esquecido do seu toque tão contrário neles, apesar de fraca, me recomponho.

- Vamos, Kali, se Deus quiser ele vai ficar bem. - O detetive puxa levemente meu braço e gesticula para entrar em seu carro, onde a porta já está aberta.

E agora?

O que vai acontecer a partir do momento em que eu entrar nesse carro?

O que vai acontecer se eu correr?

O que vai acontecer se... não. Não sou louca igual a Benjamin.

Entro no carro sem dizer mais nada e sem olhá-los no rosto.

Assim que entro, um perfume de agradável acaricia meu nariz. Ethan e Jacob trocam mais algumas frias e ríspidas palavras e então se separam, um para cada lado, ele entra no carro às pressas e olha para mim pelo espelho retrovisor no centro do vidro frontal do veículo. Ele não diz nada, e nem parece muito disposto a fazer isso. Então gira a chave e aperta o volante.

Caçadores de MemóriasWhere stories live. Discover now