𝐎 𝐂𝐨𝐯𝐢𝐥 𝐃𝐨𝐬 𝐒𝐞𝐠𝐫𝐞𝐝𝐨𝐬

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Eu vou perder meu emprego...  — Jacob bufou cruzando os braços no banco ao lado do motorista onde Ethan dirige tranquilamente, ignorando cada centena de protesto que o mesmo já fizera. 

— Ah, qual é, ninguém precisa saber! — O motorista rebate. 

— Que?! É fácil pra VOCÊ falar! Nós estamos roubando um carro! Isso é crime! — Jacob se esperneia, cada gesto comprimindo seu total desconforto.

— No entanto, há várias multas de estacionamento e me parece bem abandonado, se isso te serve como consolo. E aliás, não é nossa culpa se o dono não cuida do próprio carro. — Benjamin analisa uma papelada de possíveis multas em um suporte rente a porta, ao meu lado.

— Esse não é o ponto, gente... 

Interrompo a palestra sobre leis que Jacob estava prestes a fazer, me colocando um pouco mais à frente do meu banco, ficando entre Ethan e Jacob assim que as placas das ruas formam parte do das palavras desconexas em um pedaço de papel a qual aperto em minhas mãos com firmeza, como a um amuleto que transmitia memórias únicas com um homem que facilmente poderia confundir com um pai.

— Ethan, vire à direita na próxima curva!

— Pode deixar, princesa. 

— Mas me diga uma coisa... — Jacob vira-se para trás, nos deixando cara-a-cara um com o outro  — Como resolveu o enigma? Tudo o que vi foi um poema estranho e que fazia sentido algum...

A verdade é que nem tudo que não faz sentido é burro. A resposta só deve ser caçada se tiver bom olhos, olhos treinados e preparados para entender até o impossível. Não sei ao certo como consegui decifrar, quem era aquele que ligou dizendo que me procurava ou se isso poderia ou não ser uma armadilha. Mas o que explicaria aquelas memórias com ele? 

Aqueles olhos puxados...o bigode...as flores de cerejeira...os chás que só ele fazia...quanto mais nos aproximamos, mais claro tudo fica. O que me faz acreditar que a ideia de ser uma armadilha não seja exatamente verdade. O que explica a saudade que sinto quando ouso recordar da memória que tive naquela lanchonete?

— É que ele foi escrito para não fazer sentido, entende? Para descobrir pra onde ir eu só tive que ler cada três palavras em vez de ler tudo de uma só vez...o resto foi encontrar um local que se encaixe na descrição.

— Hum...entendi...entendi porcaria nenhuma. — Ele solta um sorriso confuso.

— Bem, também envolveu a contagem de letras, para conseguir as coordenadas exatas, mas foi brincadeira de criança.

— Se você diz... 

— Então, esse seu professor... — Benjamin limpa a garganta e vira-se para mim — Você confia nele, embora não saiba o nome dele?

— É meio estranho, realmente...mas quando ouvi sua voz, de repente eu tive...como se chama? Flashbacks, talvez? Bem, só sei que vi pedaços de memórias que tenho com ele...

Caçadores de MemóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora