𝐏𝐞𝐥𝐨𝐬 𝐀𝐫𝐞𝐬

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16:00 P.M.

Saio do carro com Ethan, ignorando Benjamin que entra no prédio do hospital.

Tão alto e grandioso, duas torres que têm ligação por um corredor de vidro, azulejos e cimento no sétimo de quatorze andares que se erguem aos céus. As vidraças refletem a cor sem graça daquele céu nublado que todos temiam quando iria se despejar sobre nossas cabeças.

Me perguntava, o que havia acontecido com o sol? Tão invencível, grande e cheio de fogo, capaz de matar e fazer sorrir, por que ser tão covarde e se esconder novamente atrás do cinza triste e mórbido, incapaz de dar confiança a quem precisa ou vida a quem morre necessitando?

Ali, nas portas daquele hospital, nas portas do lugar onde fui mantida, guardada inconsciente por duas semanas, confinada afim de suprir meu bem-estar que não havia, eu não iria ser covarde.

Criminoso nenhum me acovardaria.

Criminoso nenhum me faria sentir medo.

— Quanto tempo acha que devemos esperar para que Ben distraia eficientemente os outros enfermeiros e a equipe?

— Dois minutos devem resolver, a propósito, você está magnífica, uma cerra elétrica cor de rosa lhe cairia muito bem. — Não há brilho em seus olhos e também não há sorriso indiscreto, apesar da ironia no que diz no fim, me sinto confiante com seu comentário.

— Obrigada, eu acho.

A jaqueta de couro é justa em meus braços apesar de ser exatamente do meu tamanho, a camisa branca por debaixo não faz nenhuma diferença no meu corpo, a calça jeans é larga em minha cintura e não se justa com as minhas pernas, tão finas quanto as de um flamingo ou de uma galinha, e a bota pesada me deixa mais alta.

Me sinto bonita, bem, revigorada...diferente de como me sentia antes? Talvez. Diferente aos olhos de quem teve que jantar olhando para uma foto minha para decorar cada feição da minha cara? Eu não faço a mínima ideia.

Se Dellman me reconhecer, me pergunto, será bom pra mim ou ruim para o traje?

— Certo, bem, ao invés de falarmos sobre moda, o que acha de repassar o plano?

— De novo? Já não fizemos isso há mais ou menos três vezes atrás?

— Não quero que nada dê errado, e sabe que nossos riscos aqui são grandes apesar de estarmos em um hospital.

Reviro os olhos antes de respondê-lo, reformulando o plano num piscar antes de ditá-lo em voz alta.

— Tá. Benjamin está entrando, passando e distraindo os enfermeiros e o resto da equipe médica...Jacob está na garagem, esperando por nós depois de falarmos com Dellman. Enquanto isso, estamos indo ao elevador, Benjamin nos dirá qual é o quarto que devemos ir e assim que o encontrarmos, entraremos com cuidado e sem que ninguém perceba e voilá, interrogamos o cara.

Caçadores de MemóriasWhere stories live. Discover now