𝐎 𝐈𝐧𝐢́𝐜𝐢𝐨 𝐝𝐚 𝐍𝐨𝐢𝐭𝐞 𝐃𝐨𝐮𝐫𝐚𝐝𝐚

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O tráfego agitado e constantemente apressado passa por trás do carro quando estacionado. Tento me manter o mais calma que consigo apesar da ansiedade fazer com que meu coração até erre as batidas.

  Quando abro a porta ao meu lado do carro, percebo o quão nervosa estou e o quanto eu não estou bem. Minhas mãos estão trêmulas e completamente molhadas de suor, um calafrio percorre a minha coluna quando ergo a cabeça para encarar a fachada do cassino.

Duas viaturas estão estacionadas na esquina seguinte à direita, mais duas à esquerda e nós, agora no estacionamento aberto do cassino.

O plano não é chamar a atenção, não é mostrar que a polícia está de plantão apenas esperando pela sinalização para entrada de Jacob, a não ser ele, obviamente, o único membro que entrará lá conosco.
Yoshi já deve imaginar que já sabemos de sua jogada suja, não seria de se esperar que ele também já saiba que contaremos com esta força para prendê-lo. Não podemos dar o que espera novamente apenas para depois ele arrumar um jeito de fugir. Logo o prédio estará cercado, afinal.

É apenas uma questão de tempo e uma ampla e tranquila conversa com Yoshi, sem deixar suspeitas subirem à sua cabeça.

  Não temos sequer ideia do que ele realmente esteja querendo ou se ele está aqui mesmo. O que poderia haver além de uma grande tormenta de sentimentos inseguros de saber que, ou há possibilidade de ele estar realmente aqui ou em qualquer lugar? Haveria decepção por não encontrá-lo ao invés de alívio?
 
Adentramos as portas de vidro decoradas com os naipes de baralho em dourado e preto e em cima "Golden Night Casino" também em dourado, grande e visível à certa distância, reluzente e ornamentado com luzes de LED amarelas vibrantes que chamam a atenção entre o breu da noite.

Uma mulher com cabelo cor de cobre preso em um rabo de cavalo, batom cor de vinho e vestimentas simples solta uma pequena nuvem de fumaça do cigarro entre seus dedos. A mulher levanta a cabeça e nos observa entrar, seu olhar se reveza entre mim e Jacob, seus olhos me congelam pela espinha. Tento não olhá-la.

  Abandonando a portaria com papéis de parede em estilo art déco e um grande lustre de bronze com velas artificiais, adentramos o hall de entrada onde uma música abafada pode ser ouvida de algum lugar. É mais uma discoteca eletrônica sem ritmo que faz Ethan torcer o nariz com desprezo pelo péssimo gosto comparado ao luxo do lugar. Não deixo de fazer o mesmo.

Todos nós varremos o lugar com nossos olhos. Até um mero corredor exala a quantia de dinheiro apostada nas mesas de jogos. O tapete vermelho combina com as cortinas de cetim entre as paredes cor de creme que passam a invadir do chão ao teto depois da portaria, trazendo a mudança de ambiente e a mudança de sensações à acomodação do lugar.

  E ali, no final daquele corredor extenso, uma porta de vidro nos recebe expondo uma variedade extensa de mesas de jogo. Slot machines lotando parte de uma parede inteira, mulheres com vestimentas com decotes exagerados andando com bandejas com alguma provável bebida forte e alcoólica enquanto homens  jogam cartas sobre a mesa juntamente de outros que ousam jogar bolos de notas de dinheiro ao lado. Tudo o que de certa forma me causa náuseas.

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