Aélis - Alerta Perigo! - Parte 2 (CRIMINOSOS EM SÉRIE)

Capítulo 30

CONTEÚDO A SER REVISADO

Capítulo 30

Miguel

Dirijo pelas ruas escuras da cidade, perdido em meus próprios pensamentos. Estou de volta ao carro do meu pai. Lúcio está de moto, seguindo logo atrás da gente. Já é de noite. O planejamento da nossa missão acabou levando mais tempo que o necessário e acho que ter feito todos passarem a madrugada e a manhã procurando por Angel sem descanso foi uma má ideia. É óbvio que todos iriam precisar de mais do que apenas três horas para recuperar as energias, eles tinham acabado de chegar de uma viagem e eu já tinha os sobrecarregado completamente.

Eles passaram a tarde dormindo num hotel barato de estrada. Quando o sol começou a sumir, dando lugar a noite, nós partimos rumo a estrada. Acostumados a essa vida, eles não precisavam de muito tempo para dormir. Eu não consegui dormir. Nem comer. Meus pensamentos e eu foram consumidos pelo o motivo do meu coração disparar: Angel.

Ainda não consigo acreditar que as coisas acabaram dessa forma entre a gente. Ela se afastando de mim por espontânea vontade é uma coisa que eu não imaginaria. Me pergunto se ainda marco presença em seu coração, assim como ela faz no meu. Não me sinto pronto para deixá-la. Sei que foi o que dei a entender em uma das nossas últimas conversas, mas não! Puta merda! É claro que não! Eu estava confuso demais, pensei que ela estava arrependida de mim, de tudo o que tivemos juntos e isso me fez surtar por um segundo.

Mas agora ela está sozinha... deve estar ainda mais confusa... Cacete! Como eu quero proteger ela!

Ouço vagamente Nathan repassando todo o plano pelo ponto que temos em nossas orelhas. Ele está sentado ao meu lado, concentrado em seus rabiscos, ele quer garantir que vamos todos seguir com o que combinamos, para nada sair errado e não precisarmos de um plano de emergência, porque não temos um.

— Acho que ele não está nos ouvindo... alô, chefinho... está vivo? — Samuel coloca uma mão perto do meu rosto e eu lanço-lhe um olhar fulminante que os faz recuar com os olhos arregalados.

Imerso em meus pensamentos, nem percebi que estavam falando comigo.

— Então é assim que um ser humano reage quando leva um pé na bunda. — Samuel volta a brincar com a morte e ouço o que eu presumo ser Caleb dando uma cotovelada nele.

— Cala a boca se não quer morrer! — Sussurra ele o repreendendo.

Meus lábios se repuxam em um sorriso. Mas em um suspiro esse sorriso se desmancha.

— Então... o que acha da gente trocar de turno? Você pode descansar aqui atrás e eu posso dirigir. Estou cheio de energia, você sabe. — Caleb se oferece e eu franzo o cenho, olhando brevemente para o horário na tela do carro, vendo que agora passa um pouco da meia noite.

Devemos chegar na cidade em que Júlio está pouco antes do amanhecer.

— Ou quem sabe você devesse comer um desses sanduíches que compramos. Você não come e nem dorme desde ontem...