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Angel
Emma e Melissa me vestiram com roupas nas quais não estou nenhum pouco acostumada. Um vestido rosa bebê com tons que variam para um amarelo pôr de sol, curto porém com babados na parte de trás que iam até os meus joelhos. As alças são finas e o bojo tem franzinhas.
Acho que nunca vesti nada parecido com isso ou me senti como uma verdadeira princesa ou tão angelical. Me senti um pouco desconfortável no início, mas elas disseram que aquilo sim combinava mais comigo, então eu aceitei e acabei me admirando em frente ao espelho.
Elas deixaram o meu cabelo solto e me colocaram em um salto alto, pouca maquiagem.
E agora estou dentro de um carro, me deixando ser levada por elas que falam animadamente como é legal o lugar para qual estou indo. Quando o carro para em frente a dois enormes portões contornados por muros de cerca de dez metros, o meu queixo cai. Eu saio do carro.
— O que é esse lugar? — Questiono olhando desconfiada para Melissa que tem um sorriso no rosto.
— Pertence a minha família. As pessoas costumam alugar esse salão para festas. Você vai gostar. — Ela explica digitando um número em um aparelho preto pequeno ao lado do portão.
— Por que estamos aqui? E cadê Miguel? — Eu estava pensando que elas me trariam para algum tipo de reunião de família e amigos, ao menos foi o que passou pela minha cabeça quando elas disseram que o lugar era reservado, não para um salão de festas.
— A gente estava pensando que essa seria a última noite de vocês aqui no Canadá, então preparamos uma coisa. Vamos lá, você vai se divertir. — Melissa engancha seu braço no meu, me puxando na direção dos portões que se abrem lentamente.
— Não se preocupe, eu não deixo ela ir longe demais. Confie em mim. — Emma sorri, passando uma mão sobre meu rosto, como uma carícia, ou talvez só ajeitando o meu cabelo.
Um suspiro escapa dos meus lábios, mas assinto e sorrio. Quando os portões se abrem, fico surpresa ao me deparar com um extenso caminho de piso de madeira. Coqueiros altos e longos embelezam os arredores, além de lâmpadas amarelas projetadas lindamente para iluminar e escurecer alguns pontos. Pisco surpresa para as duas.
Mas o que é que estamos fazendo aqui?
Começamos a caminhar por esse caminho reto. Me aproximo de uma casa composta por madeira e pedras claras. As duas soltaram meus braços e eu subi três degraus, completamente admirada pela beleza desse lugar.
A casa é magnífica. Eu consigo imaginar perfeitamente um baile de conto de fadas acontecendo nesse lugar, que também deve ter saído das páginas de conto de fadas.
