A SOMBRA DE VENEZA, Berlim ✓

﹙000﹚Aquele em que é feita a proposta

EM UMA NOITE QUENTE DE VERÃO, as ruas de Veneza estavam desertas. A silhueta de uma mulher se movia ágil pelas vielas estreitas e sinuosas, como se fosse uma sombra projetada pelas luzes da lua. Seus passos eram graciosos e precisos, sua respiração calma e controlada. Ela estava acostumada a se mover sem ser detectada, a desaparecer sem deixar rastros, a ser uma sombra entre as sombras.

Esperanza havia acabado de concluir mais um roubo bem-sucedido, e agora corria pelas ruas estreitas, fugindo da cena do crime. Seu coração bateu acelerado ao ouvir as sirenes e luzes bicolores por todo lado, mas sua expressão permanecia serena e imperturbável. Ela sabia que tinha um dom para isso, que era a melhor naquilo que fazia.

Finalmente, ela alcançou um beco escuro, onde uma motocicleta aguardava por ela. Sem perder tempo, subiu na moto e tomando cuidado para que sua bolsa não caísse do ombro, acelerou, desaparecendo na noite como se nunca tivesse estado ali.

A mansão de Esperanza estava escondida em um local remoto, afastado da agitação de Veneza. Localizada em meio a uma densa floresta, a casa se destacava com sua arquitetura imponente e elegante, mas ao mesmo tempo parecia dilapidada e desgastada pelo tempo. O telhado de telhas antigas estava parcialmente danificado, com musgos e líquens crescentes nas bordas. As janelas de madeira estavam rachadas e em alguns pontos tinham sido cobertas por tábuas de proteção improvisadas. O exterior da casa em si mostra sinais de negligência, com a pintura descascada e as esculturas ornamentadas cobertas por camadas de sujeira e musgos.