﹙021﹚Aquele em que ela está flutuando.

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" A PRIMEIRA COISA A DIZER É QUE a pessoa que morre não leva consigo a história de vida compartilhada com aqueles que viveram com ela e para quem se tornou importante ao longo de sua vida

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" A PRIMEIRA COISA A DIZER É QUE a pessoa que morre não leva consigo a história de vida compartilhada com aqueles que viveram com ela e para quem se tornou importante ao longo de sua vida. Não existe a possibilidade de haver uma morte absoluta, de desintegração de todas as dimensões de um ser humano cuja existência teve algum sentido na vida se outros seres humanos."

Lembro de ler isso uma vez; as palavras ecoam na minha mente, agora, diferente da última vez, consigo ver um significado para elas. Quando a morte acontece, ela só diz respeito ao corpo físico, mas, nesse caso, era diferente.

Eu particularmente não sou uma profissional, mas por vivência sei interpretar uma situação. Ao lado do Oslo havia um pedaço de ferro, com forma de um cilindro e estava manchado por seu sangue; a abertura do ferimento estava na região parietal do crânio, ou melhor dizendo, na parte lateral direita do crânio; quando o achamos já havia perdido muito sangue e seus olhos abertos e dilatados indicavam um traumatismo craniano.

Pela força aparente do impacto e o tempo que foi até encontrá-lo, a possibilidade de morte cerebral era alta, aquele era apenas o corpo do Oslo. Ele provavelmente, a não ser por um milagre, nunca voltaria a falar, a perceber coisas básicas ao seu redor, ele nunca mais voltaria a ser ele porque já estava morto. Tudo isso era o que a minha parte irracional percebia, porque eu não conseguia falar, não conseguia olhar para ninguém a não ser ele. Seus olhos continuavam vagos em direção ao nada.

A SOMBRA DE VENEZA, Berlim ✓Where stories live. Discover now