A SOMBRA DE VENEZA, Berlim ✓

﹙014﹚Aquele em que acontece um teatro.

O CLIMA NO LOCAL JÁ NÃO ERA TÃO BOM; após alguns dias, todos os sentimentos e a adrenalina aumentavam, tornando o ambiente quase sufocante. Oslo aguardava Veneza do lado de fora do escritório onde as reféns estavam confinadas, e ela chega. Entre eles, havia um conforto palpável, uma conexão que se fortalecia a cada momento. Em pouco tempo, criaram um vínculo tão sólido que o silêncio, por mais predominante que fosse, era reconfortante.

Oslo, um bom ouvinte, e Veneza, especialmente com certas pessoas, apreciava falar. No entanto, ali, entre os momentos de tensão, as palavras muitas vezes se tornavam desnecessárias. O olhar compreensivo de Oslo e sua postura tranquila eram suficientes para transmitir uma sensação de segurança a Veneza. A cada troca de olhares, podiam sentir que estavam juntos naquela situação desafiadora.

Às vezes, as palavras fluíam suavemente entre eles, como um sussurro de alívio em meio ao caos. Compartilhavam pensamentos, e Veneza amava expor planos e estratégias para eventos dentro da Casa da Moeda; ela tinha planos para contingências que podiam dar errado, e apenas Oslo sabia disso. Berlim, Nairóbi e Moscou eram os mais próximos dela, mas com Oslo era diferente.

Com Berlim, era um amontoado de emoções e sensações agradáveis de uma vez só, algo que a elevava; Veneza amava estar perto dele porque se entendiam sem precisar verbalizar. Com Nairóbi, algo único, era a diversão; ela tirava Veneza da realidade de forma diferente, fazendo-as esquecer dos problemas por momentos, eram apenas duas amigas se divertindo. Claro que havia momentos sérios; Nairóbi era a moralidade entre elas.