2 | Pepperoni

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Acordar de manhã não é uma tarefa fácil

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Acordar de manhã não é uma tarefa fácil... acordar de manhã e ter que ir trabalhar em seguida, mais complicado ainda. Minha mente sempre trabalha em ordem de fatores, e hoje não é um bom dia, começando pelo fato que derrubei minha xícara caríssima de café que comprei na Itália em minha última viagem logo pela manhã. Vê-la partir-se em pedaços foi mais doloroso que a queimadura que o café deixou em meus dedos dos pés. Estou usando um sapato aberto hoje, não queria ter que comprar pomadas, então decidi apenas ignorar. Não sei que horas Sabina voltou pra casa dela ontem, mas pelas fotos que vi hoje de manhã, aposto que se divertiu bastante no meio de tantas mulheres.

Logo na calçada de casa encontro a vizinha, Heyoon, com um grande saco de lixo o ajeitando em frente sua lixeira. Meu olhar percorre rapidamente todo seu corpo e sem querer encontro uma marca preocupante debaixo de seu braço. Ela não estava com isso ontem, será que alguém entrou no quarto no meio da noite e, por estar bêbada, fez algo contra ela e acabaram brigando? Meu Deus. Franzo a testa, giro a chave do carro nos dedos e questiono:

- O que aconteceu com seu braço? - Aponto para a marca roxa bem próxima a sua axila, a mancha super marcada em sua pele pálida. Heyoon me oferece uma expressão irritada.

- É da sua conta? - Ela joga a sacola ao lado da pilha de lixo e vira para fugir do assunto e entrar de volta em sua casa, mas por algum motivo a pulga atrás da minha orelha não me deixa ficar quieta em relação a isto. A sigo e cruzo os braços quando ela vira para fechar a porta - O que você quer?

- Não cansa de ser arrogante? Eu só te fiz uma pergunta.

- Não sou arrogante, só não te devo satisfações e muito menos simpatia. Se não se lembra, quem começou com a babaquice logo de início foi você!

- Sim, sim... eu mereço essa cavalice por nossa primeira semana aqui, mas falando sério, o que aconteceu com seu braço? - Resolvo dar o braço a torcer. Jovens são complicados demais, talvez seja eu der uma trégua ela me conte.

- Nada. Eu bati em casa, nada se mais.

Por que eu não acredito nisso?

- Eu não acredito.

- Eu não estou te perguntando nada, Deinert. Apenas volte pra sua casa, para a sua vida ou seja lá o que for! Me deixe entrar, eu estou cansada e quero dormir.

- São sete da manhã.

- Virou fiscal do sono? Não há hora certa para dormir. Eu tenho tempo livre. Como você mesmo disse, sou uma adolescente mesquinha e desocupada! Agora se me dá licença, madame, eu vou entrar.

- Por que você não tem um cobertor?

- Que? - Ela franze o nariz, intrigada com a pergunta. Isto definitivamente não é da minha conta, mas eu não consigo negar a curiosidade.

- Você não tem cobertores. Que tipo de psicopata você é para conseguir dormir sem cobertores?

- Que tipo de psicopata você é para se intrometer tanto na minha vida particular?

Neighbor - SiyoonWhere stories live. Discover now