7 | Curiosa?

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Acordei às dez e meia da manhã com a gritaria de algumas crianças na rua

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Acordei às dez e meia da manhã com a gritaria de algumas crianças na rua. Eu queria estar irritada por esse motivo, mas o que me tirou do sério foi não encontrar Heyoon nem no quarto, muito menos no restante de casa. Eu não sei onde ela se meteu uma hora dessa, mas parece que a cada hora que ela some de vista, tudo vai desmoronar na minha cabeça de novo. Tenho medo que ela cometa a mesma loucura daquele dia, meu joelho ainda dói pelo impacto que teve com os cacos de vidro no chão do quarto dela aquela noite, mas estou tentando fingir que não há nada de errado justamente para não ter que ir ao hospital.

Depois de me arrumar e me fazer minimamente apresentável, desço as escadas e encontro Flora preparando as coisas já para o almoço, enquanto eu nem sequer tomei café da manhã ainda. Esfrego os olhos e me encosto na porta, um pouco curiosa com os vegetais que ela está cortando.

— Bom dia, menina! - Ela me cumprimenta com um sorriso animado no rosto, retribuo como posso, minha animação não é uma das melhores. Minha cabeça está girando em torno da empresa e do "desaparecimento" de Heyoon — Dormiu bem? Imaginei que as crianças fossem te acordar, você tem sono leve.

— Estou bem, obrigada. Flora, por acaso você viu uma garota de cabelos escuros...

— Ela saiu bem cedo, acho que por volta das seis e meia da manhã.

Arregalo os olhos. Onde Heyoon foi as seis e meia da manhã sendo que ela costuma dormir sempre até uma da tarde? Não faz sentido, a menos que tenha ido fazer coisas erradas. Bufo baixinho, irritada.

— Obrigada, Flora.

A deixo com as coisas da cozinha e saio de casa na mesma velocidade em que entrei ontem, ainda sentindo o peso em meus pés doloridos, mas agradecendo por estar usando sapatos baixos e confortáveis hoje. Caminho até a porta vizinha e dou dois toques fortes o bastante para fazê-la escutar, se é que ela está aqui e não em qualquer outro lugar do maldito mundo. Fico impaciente com a demora, mas em menos de um minuto uma Heyoon com os olhos um pouco inchados e a expressão de pânico me encara. Fico mais tranquila quando a vejo bem, um peso de cinquenta quilos é tirado de meus ombros.

— Heyoon... - Suspiro, encostando-me no batente. Olho para ela desde os pés descalços, passando por meu moletom que ela está usando e um pano de prato pendurado no ombro. Não consigo sorrir, não tenho força o bastante para isso, mas ela repara meu divertimento e abre um sorrisinho — Por que você sumiu?

— Eu não sumi.

— Claro que sumiu, Heyoon. Você estava dormindo literalmente colada no meu corpo, acha que não percebi quando desapareceu?

Na verdade não, não percebi de imediato, mas assim que acordei já me deparei com o vazio. Por que a cama parecia tão vazia?

— Ah...

— Por que você saiu sem avisar?

— Eu não quis te atrapalhar, Sina... já achei invasivo demais dormir na sua cama e ter atrapalhado sua noite inteira... você chegou exausta e eu nem me dei o trabalho de perceber que estava ocupando sua cama inteira, eu não quis foder com tudo mais uma vez - Ela parece angustiada, e isto quebra ainda mais meu coração. Eu gritei com ela várias vezes ontem depois da ligação de Lana, como se tudo que estivesse acontecendo fosse culpa dela. Eu sou tão idiota.

Neighbor - SiyoonWhere stories live. Discover now