Se tem uma coisa que Sina não suporta, é barulho. Ela sempre adorou a monotonia em sua vida, toda sua rotina sempre foi resumida a: trabalho, estudo e silêncio, m-u-i-t-o silêncio. Ela só não esperava que, com a chegada de uma nova garota a casa ao...
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Hoje terei um jantar executivo com o pessoal da empresa concorrente, e adivinhe? Parece que de repente todas as pessoas do mundo começaram a namorar, somente eu irei sem acompanhante já que não tenho ninguém e Sabina estará ocupada, então não irá me fazer companhia. Eu estou em casa terminando de me preparar emocionalmente pra sair de casa, e minha mãe está aqui, falando algo sobre "você tem que arrumar um namorado para te acompanhar, filha", como se eu não soubesse disso e estivesse farta de tanto pensar a respeito.
— Eu sei, mãe - Respiro fundo, sem paciência alguma pra isso. Eu não gosto isso, não gosto quando ela vem na minha casa me falar coisas que já sei.
— Homens sabem nos manter no controle, Sina. Você precisa disso.
Não quero ninguém me mantendo em controle. Reviro os olhos e, ao escutar o barulho das batidas na porta, imagino ser Sabina chegando para também me dizer o óbvio. Deixo minha mãe no quarto e desço rapidamente para atender minha amiga, mas ao abrir a porta, encontro uma pessoa mais baixa que Sabina, com cabelos esvoaçados e usando apenas o moletom que eu emprestei, sem mais nada por baixo, nem ao menos chinelos. Heyoon. Ela está com o braço apoiado no batente da porta, ocupada com o celular em sua outra mão, mas assim que percebe a porta aberta, ela abaixa o celular e me encara de volta.
— Heyoon.
— Majestade - Ela finge uma falsa curvatura, fazendo-me rir — Desculpe incomoda-la a essa hora, você parece ocupada já que tem apenas um olho pintado... mas será que pode me emprestar um pouco de farinha?
— Oh... entra - Dou espaço para que ela passe e vou logo atrás, notando que ela não está absolutamente nem aí pra nada, parece tão tranquila quanto eu desejei, e ainda desejo, a vida toda estar. Heyoon segue até a cozinha corretamente, já sabendo o caminho, e assim que chegamos ela se inclina no balcão para me esperar pegar a farinha pra ela. Não sou muito de cozinhar, até faço minha própria comida de vez em quando, mas é muito raro eu me interessar por fazer alguma coisa já que estou sempre sozinha — Tudo bem?
— É - É a única coisa que ela responde. Pego um pacote de farinha do armário e coloco na frente dela no balcão, mas assim que ela pega, faz menção de que já vai embora, então dou a volta e paro na frente dela — O que?
— Hum... você está fazendo o que?
— Bem, não pense que sou ótima na cozinha, estou tentando fazer panquecas, invejei o seu talento para fazê-las, mas já queimei algumas vezes e... ok, eu sou um completo fracasso na cozinha, mas não é de se estranhar já que meus pais nunca me ensinaram nada, estou aprendendo pelo celular - Ela ergue o aparelho e me mostra a imagem da receita, o que me faz sorrir — Por que está sorrindo?
— Porque é divertido.
— Divertido? É um saco cozinhar, ok? Eu não sabia que era tão cansativo, mas você quebrou a minha rotina e me fez sentir fome a noite! - Ela aponta o dedo indicador para mim, me fazendo franzir a testa.