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Maya Fiore
4 junho 2022
Los Angeles

- Javi, você viu o roteiro dos próximos episódios? - Disse sentada ao lado do garoto que fumava um cigarro.

- Ainda não, você viu?

- Vi e tenho uma notícia bombástica. - Ele fez um movimento com a cabeça para que eu continuasse. - Nós vamos ter que nos beijar.

- Vai finalmente cair nas cantadas do garanhão. - Ele disse passando a mão pelos cabelos e dando um sorriso maroto. Javi era bonito, charmoso e bom de papo, o garoto era típico de um pente e rala, mas aprecio mulheres demais para pensar em dar um chance para ele.

- Maya, você vai fazer essa loucura? - Flor disse se aproximando e eu ri.

- Nunca, é a louca da minha personagem, se a gente não tiver que fazer cena de sexo ainda tá bom.

- Imagina, meu deus. - Flor disse se sentando no meu colo. - Não vou conseguir, vou ter que pedir pra entrar no meio.

- Cala a boca, sei que sou gostoso, mas tem pra todo mundo. - Javi disse e soltou uma nuvem de fumaça.

- Pessoal, vamos para a gravação, sem graças durante o trabalho. - Alguém da produção disse e voltou para dentro do estúdio.

- Sábado vai ter uma festinha lá em casa, se quiserem comparecer. - Javi disse se levantando e pisando no cigarro. - Bebida, maconha e putaria a vontade.

- Acho que é o que precisamos. - Disse dando um tapinha na perna de Flor que se levantou. - Agora vamos trabalhar, andem.

- Última cena de hoje, precisamos de concentração, sabemos que todos estão cansados, mas vamos fazer bem feito. - O diretor disse sério e concordamos. Eu e Javier estávamos em cena, todos os outros já estavam liberados.

- Oliver, me deixa em paz! - Disse empurrando sem ombro, ele começou a rir e se aproximou de mim.

- Vai dizer que não me quer? - Ele se aproximava cada vez mais. - Anda, só falar, eu vou embora. - Ele disse com uma das mãos em minha cintura e a outra na parede atrás de mim.

- Eu te quero. - Disse olhando em seus olhos e ele se aproximou.

- Doeu? - Ele disse roçando nossos lábios. - Você não vai se arrepender. - Ele me beijou, era um beijo rápido e técnico, mas era notável que o garota não era nada ruim no que fazia.

- Você não vai contar pra ninguém. - Disse ofegante e ele concordou sorrindo. - Se você contar, você está morto.

- Entendi, entendi, agora vem cá. - Ele disse pegando em meus cabelos e nos aproximando novamente, outro beijo começou.

- Corta. - Ouvimos um grito e nos separamos, uma chuva de palmas se iniciou. - Foram ótimos, podem descansar, não abusem no final de semana. - O homem disse e se foi entre as pessoas.

- Finalmente. - Disse e Javi concordou.

- Eu te levo pra casa, pode ser? - Ele disse e eu concordei, o garoto me deu carona e conversamos durante todo o caminho, ele estava animado para a estreia da série e como o público iria responder, su ansiedade conseguiu me deixar ansiosa.

Se Javier havia aprendido algo comigo esse algo era gostar de funk. A casa do garoto ecoava as músicas brasileiras. Cheguei com Flor, a garota havia pedido minha companhia para vir até aqui, eu não tinha como negar. Assim que descemos do Uber pude ver melhor o vestido que a garota usava, ele encaixava perfeitamente em seu corpo e provavelmente eu estava a encarando sem o mínimo de vergonha na cara.

- Maya, vamos entrar ou vai ficar aí? - A garota disse estendendo a mão e eu sorri sem graça, assim unindo nossas mãos, ela me guiou naquela mansão, eram jovens e mais jovens amontoados. - Tá afim do que?- Flor disse em meu ouvido por conta da música.

Eu estava afim dela.

- Beber e fumar, depois vemos no que dá. - Disse arrancando uma risada dela, a garota me guiou até uma geladeira e abriu duas garrafas de cerveja.

- Começar leve. - Ela disse e eu assenti, batendo nossas garrafas e bebericando da minha.

- Vocês vieram, venham, vou apresentar um amigo meu pra vocês, o cara é boa pinta. - Javi disse colocando-se entre nós duas e nos abraçando pelo pescoço. - Esse aqui é o Xolo, cara foda, tá fazendo Cobra Kai, tá ligado?

- Prazer. - O garoto disse meio tímido e eu fui simpática de volta.

- Essa é foda, brasileira tem charme diferente. - Javi disse me dando um beijo na bochecha.

- Lindo, supera, homem e eu não combinamos. - Disse e Xolo riu da situação. O garoto era gente boa, ficamos com ele por algum tempo, até que Flora decidiu que precisava ir no banheiro e me arrastou junto com ela, desde então não vimos mais o moreno.

- Javi ou Xolo? - Flor disse embolada enquanto sentava em um banco que havia na parte de fora da casa. Eu me sentei ao seu lado e bolei um. - Caralho, mãos boas.

- Você sabe que isso eu tenho. - Disse sorrindo de canto e recebi um tapinha da italiana. - Voltando para a questão, não sei, depende. - Disse acendendo e soltando um nuvem de fumaça.

- Do que?

- Se for pra casar com certeza Xolo, mas Javi parece ser melhor de cama.

- Pra uma lésbica tem opiniões bem formadas sobre homens. - Flor disse e rimos juntas.

- Não tinha mulher pra mim aqui. - Disse olhando para a frente.

- Nenhuma?- Flor disse colocando sua mão em minha nuca e fazendo carinho ali.

- Nenhuma. - Disse e a encarei, descendo meu olhar para seus lábios.

- Nem eu? - Ela disse e eu sorri de canto, me aproximei dela, uma de minhas mãos segurava o cigarro e outra estava em sua coxa.

- Acho que você pode ser pra mim. - Disse e deixei um apertão em sua perna. Assim, beijei Flor pela primeira de muitas vezes naquela noite.

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Competição - Bruna MarquezineWhere stories live. Discover now